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Violência em Kasai leva mais de 11 mil congoleses a buscar refúgio em Angola

Comunicados à imprensa

Violência em Kasai leva mais de 11 mil congoleses a buscar refúgio em Angola

Violência em Kasai leva mais de 11 mil congoleses a buscar refúgio em AngolaO brutal conflito já provocou o deslocamento de milhões de pessoas desde 2016. Apenas em abril deste ano, mais de 9.000 pessoas cruzaram a fronteira para buscar segurança em território angolano.
24 Abril 2017

GENEBRA, 24 de abril de 2017 - O aumento da violência na província de Kasai, na República Democrática do Congo (DRC), já forçou o deslocamento de mais de 11.000 refugiados para Angola. Postos na fronteira e cidades dentro do país, localizado no sul do continente africano, têm testemunhado um considerável aumento na chegada de refugiados que, apenas em abril, ultrapassou a marca de 9 mil pessoas. O brutal conflito em Kasai, região da RDC que costumava ser pacífica, já causou o deslocamento de mais de um milhão de civis de todo o país desde que teve início em meados de 2016.

Estes que estão fugindo para Angola continuam chegando principalmente em Dundo, localizado ao norte de Luanda. Os refugiados afirmaram ter fugido da violência cometida por milícias, que estão atacando oficiais da polícia militar e civis que eles acreditam estar apoiando ou representando o governo. Após fugir dos conflitos entre rebeldes e governo, alguns refugiados tiveram que se esconder na floresta por vários dias antes de ir para Angola. As pessoas refugiadas estão chegando em condições desesperadoras, sem acesso à água potável, comida e abrigo.

A situação entre crianças é ainda mais grave, já que muitas chegam desnutridas, sofrendo de diarreias, febre e malária. Segundo relatos, duas crianças já morreram por desnutrição severa. O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, está extremamente preocupado com o que pode vir a acontecer com outras pessoas que estão sofrendo sérios quadros de insegurança alimentar e doenças.

Os recém-chegados estão apavorados, ainda temem por suas vidas e afirmaram que não têm planos de regressar para seus países em curto prazo. Alguns pais relataram ter mandado seus filhos cruzarem a fronteira por temer que fossem recrutados de forma forçada pelas milícias se permanecem na RDC.

O ACNUR está atualmente coordenando uma resposta junto ao governo, autoridades locais, parceiros e pessoas em campo para atender às necessidades de refugiados. Também estamos negociando com o governo para oferecer locais de acolhida apropriados já que os atuais pontos nas fronteiras estão lotados e inaptos para receber mais pessoas. O ACNUR enviou uma equipe adicional de emergência para Dundo para apoiar em ações de assistência, e está viabilizando o envio de tendas familiares, utensílios de cozinha, cobertores, telas contra mosquitos, colchões e outros itens essenciais para oferecer alívio.

Mais ajuda é urgentemente necessária já que os refugiados estão sendo forçados a permanecer em abrigos improvisados em cidades localizadas próximas às fronteiras. Em Angola, a temporada de chuvas tem início em abril, e o ACNUR está particularmente preocupado já que durante este período, pode ser que se tornem ainda mais complicadas as condições de vida e saúde dos refugiados, especialmente os mais vulneráveis, como mulheres, crianças, idosos e deficientes.

O ACNUR congratula a resposta do governo de Angola em manter suas fronteiras abertas para que os refugiados possam continuar chegando. Esperamos que esse gesto de boa vontade prevaleça enquanto continuar a terrível situação na região do Kasai, na RDC. O ACNUR ressalta ainda a importância de não devolver à RDC pessoas que necessitam de proteção internacional.