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Cerca de 800 pessoas da região do Riosucio foram forçadas a fugir, outras estão em risco de deslocamento

Comunicados à imprensa

Cerca de 800 pessoas da região do Riosucio foram forçadas a fugir, outras estão em risco de deslocamento

Cerca de 800 pessoas da região do Riosucio foram forçadas a fugir, outras estão em risco de deslocamentoO ACNUR alerta sobre o risco em que se encontram os habitantes da bacia do Rio Truandó
11 Abril 2017

BOGOTÁ, Colômbia, 11 de abril de 2017 – O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, realizou entre os dias 28 e 30 de março, uma missão humanitária nas comunidades da bacia do Rio Truandó, na Colômbia, junto com a Unidade para Vítimas, a Defensoria no Povo e a administração municipal de Riosucio, Chocó. A missão foi realizada porque há uma situação crítica de confinamento, deslocamento e recrutamento forçado, e as comunidades sofrem o risco de serem feridas por minas e munições que não estouraram e por explosivos improvisados, principalmente as comunidades indígenas e afrodescendentes que vivem nos territórios.

A situação de risco de deslocamento iminente em que se encontram as comunidades indígenas (Kiparadó La Loma, Marcial, Jagual, Juin Duur, Pichindé e Peñas Blancas das etnias Wounaan e Embera) e as comunidades afrodescentes (Quiparadó Platanillo, La Nueva e Taparal) é resultado dos conflitos entre grupos armados ilegais que presentes nas bacias do Rio Truandó, no município de Riosucio, Chocó, desde a segunda semana do mês de março. As comunidades mencionadas estão confinadas. Ou seja, não podem acessar os locais de agricultura e de produção de alimentos, e têm restrições em sua mobilidade pelo risco que apresentam os atores armados ilegais que colocam minas no território, inclusive em lugares próximos a escolas.

Por conta da situação, aproximadamente 800 pessoas que pertencem às comunidades indígenas de Juin Duur e Chintadó, e às comunidades afrodescentes de Quiparadó Platanillo, Clavellino, Traundó Medio, Taparal e Pavas, já se deslocaram e fizeram depoimentos na representação legal municipal.

O ACNUR alerta que se a situação crítica da zona continuar, as famílias que moram na bacia poderiam se deslocar até a cabeceira municipal de Riosucio. As crianças e adolescentes da região estão em risco de recrutamento e vinculação aos grupos armados ilegais que lutam pelo controle do território de Truandó. É importante ressaltar que isso afeta a população afrocolombiana e indígena, protegidos pela constituição especial.

O Sistema de Alertas e a Defensoria do Povo de Colômbia avisaram no dia 26 de março que as comunidades estavam em risco. O ACNUR se junta à alerta para pedir a implementação de todas as medidas necessárias para proteger a população civil frente às infrações ao Direito Internacional Humanitário.

Chamamos as entidades de nível local, departamental e nacional para trazer atenção humanitária às comunidades deslocadas ou confinadas. O ACNUR reitera o seu compromisso para apoiar as instituições do Estado nesta tarefa. É igualmente necessário que as instituições implementem ações educativas com a comunidade sobre comportamentos seguros e medidas de prevenção frente ao risco das minas, das munições que não estouram e dos explosivos improvisados.

Mesmo assim, O ACNUR chama atenção sobre a situação de deslocamento forçado durante os últimos dias em outros lugares da Costa Pacífica. O ACNUR reitera a importância de garantir uma resposta integral e coordenada entre as instituições nacionais e locais, com ênfase particular na atenção humanitária para as comunidades confinadas e nas medidas de proteção para prevenir mais deslocamentos e particularmente por conta dos efeitos nas comunidades indígenas e afrocolombianas

Na Colômbia, o conflito armado custou a vida de mais de 220.000 pessoas e obrigou mais de 7,3 milhões a abandonar seus lares. A violência atinge de forma desproporcional as comunidades indígenas, afrocolombianas, assim como as mulheres, crianças e adolescentes.