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Violência no Sudão do Sul força o deslocamento de milhares pessoas para Uganda

Comunicados à imprensa

Violência no Sudão do Sul força o deslocamento de milhares pessoas para Uganda

Violência no Sudão do Sul força o deslocamento de milhares pessoas para UgandaACNUR manifesta sua preocupação com o agravamento das condições de segurança no Sudão do Sul.
10 Abril 2017

LAMWO, Uganda, 10 de abril de 2017 –Após um recente ataque na cidade de Pajok, no Sudão do Sul, o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, expressou na última sexta-feira (07), preocupação com o agravamento nas condições de segurança no país que tem forçado um número cada vez maior de refugiados a se deslocar para salvar as suas vidas.

O distrito de Lamwo, localizado ao norte de Uganda, recebeu mais de 6 mil sul-sudaneses desde segunda-feira (03), sendo que cerca de 4.500 pessoas continuavam presas na fronteira.

Assim como os conflitos que estão acontecendo próximo a Pajok, na Equatoria Oriental, relatos de violência também foram registrados nos distritos de Magwi e Oboo, próximos à fronteira com Uganda, que atualmente acolhe o maior número de refugiados desta crise que cresce mais rapidamente no mundo.

“O aumento da violência indica preocupantes desdobramentos. Pessoas que fugiram dos recentes incidentes, afirmaram que a cidade vem sofrendo ataques das forças armadas sul-sudanesas”, alertou o porta-voz do ACNUR Babar Baloch em uma coletiva de imprensa em Genebra.

 Refugiados testemunharam entes queridos sendo executados à sangue frio, muitos sendo aprisionados e em seguida mortos, inclusive crianças.

Auma Lucy Yubuan conseguiu escapar e caminhou por dois dias.

“Os soldados estavam saqueando, arrombando portas e espancando pessoas. Eles detinham as pessoas para saber onde os rebeldes estavam. Mas quando você diz que não sabe, eles te espancam. Eles matam as pessoas”, ela disse ao ACNUR. Ela e seus filhos correram em diferentes direções, mas depois conseguiram se reencontrar na fronteira.

“Ainda que eu não tenha nada para comer e tenha perdido tudo, estou muito feliz pois os meus filhos continuam vivos. Estava apavorada só de pensar que eu não os veria novamente. Estávamos sob fogo cruzado e não podíamos nos mover, tínhamos que permanecer deitados no chão. Estou muito feliz por estar viva”, ela acrescentou.

Baloch disse que famílias fugiram do ataque em Pajok em diferentes direções; as pessoas idosas ou com deficiência que não conseguiam correr morriam baleadas. Muitas pessoas continuam escondidas nos arbustos tentando chegar à Uganda, já que suas casas e propriedades foram saqueadas e queimadas. As estradas principais ao redor da cidade estão bloqueadas por grupos armados.