Família é forçada a se deslocar após perseguição de gangue
Família é forçada a se deslocar após perseguição de gangue
TAPACHULA, México, 28 de março de 2017 - A família Perez ganhava o suficiente para levar uma vida modesta e confortável, produzindo e vendendo pães, em um subúrbio violento na capital de El Salvador. Todos os jovens da família estavam matriculados no ensino médio e na universidade, enquanto a matriarca, Maria Luz Perez, de 71 anos, testemunhava o crescimento de suas raízes familiares em sua terra natal.
“Toda a minha família – pais, avós, bisavós – nasceu e morreu em El Salvador”, ela conta. “Mas tudo terminou por causa de uma extorsão de 5.000 dólares”.
A série de episódios trágicos teve início em meados de 2015, quando um dos cunhados de Maria Luz foi coagido a pagar uma grande quantia de dinheiro, conhecida como “taxa de guerra”, imposta pelas gangues violentas das ruas de El Salvador. Ele foi morto por não arcar com o valor.
“Estávamos vivendo como animais, trancados em casa,
abrindo a porta somente para correr atrás de comida.”
A ameaça seguinte caiu sob sua filha, Sandra Felicitas Perez, de 42 anos. O preço imposto para manter sua família e negócio salvos foi de 5 mil dólares - um montante impossível. Sandra, seu marido e três filhos adolescentes ficaram aterrorizados.
“Estávamos vivendo como animais, trancados em casa, abrindo a porta somente para correr atrás de comida”, ela afirma.
Depois de algumas semanas vivendo nesta situação, sua filha de 19 anos, Maria Luz, saiu de casa e foi à loja da família. Apesar de cursar o primeiro ano da faculdade, insistia em ajudar nos negócios familiares. Porém a gangue estava à sua espera, e a executaram no momento em que ela saiu da loja.