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Chefe da ONU diz que apoiar refugiados sírios é responsabilidade global

Comunicados à imprensa

Chefe da ONU diz que apoiar refugiados sírios é responsabilidade global

Chefe da ONU diz que apoiar refugiados sírios é responsabilidade globalEm visita ao campo de Zaatari, na Jordânia, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, alerta que a incapacidade de solucionar a crise na Síria pode representar uma ameaça à estabilidade regional e à segurança global.
29 Março 2017

CAMPO DE REFUGIADOS DE ZAATARI, Jordânia, 29 de março de 2017 – O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres pediu à comunidade internacional na terça-feira (28) que reforcem seu apoio aos refugiados sírios, e aos países que os abrigam, alertando que caso contrário, a segurança global estará em risco.

Guterres, que foi chefe do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, de 2005 a 2015, falou com a imprensa durante uma visita ao campo de Zaatari, localizado ao norte da Jordânia. O campo é o maior da região e, atualmente, abriga cerca de 80 mil refugiados sírios.

“Vocês podem imaginar o quanto é difícil e triste para mim, depois de trabalhar como Alto Comissário da ONU para Refugiados por dez anos, perceber que ainda hoje o campo de Zaatari tenha tantos refugiados sírios, e que os conflitos continuam acontecendo no país. Isso é terrível” disse Guterres.

“Neste momento, podemos afirmar que se o mundo não for capaz de oferecer apoio às pessoas refugiadas, poderá fortalecer a ação daqueles (grupos extremistas) que se valem deste argumento para conseguir recrutar mais pessoas e colocar em risco a segurança global”, ele disse. “A solidariedade com os refugiados sírios não é apenas um ato de generosidade, é também um ato de interesse próprio iluminado”.

Entretanto, na realidade, as opções disponíveis aos sírios para que possam se proteger da violência e reconstruir suas vidas em segurança, estão cada vez mais escassas, ele alertou.

“Meu apelo à comunidade internacional é que ofereçam mais ajuda humanitária aos refugiados, que sejam mais solidários aos países que, como o Líbano e a Jordânia, recebem refugiados sírios, e que se assegurem que mais oportunidades sejam oferecidas a essas pessoas”, ele disse. “Esse é um momento em que o mundo precisa ser mais solidário”.

Ele saudou a Jordânia por ter recebido mais de 650 mil refugiados sírios, e afirmou que o apoio oferecido até o momento não foi suficiente para ajudar a Jordânia e outros países a absorverem o impacto de acolher tantos refugiados.

Os países vizinhos à Síria, que incluem Turquia, Iraque e Egito, estão atualmente abrigando mais de 4,9 milhões de refugiados deslocados durante os seis anos de conflitos, consolidando essa como a maior crise de refugiados do mundo. Outras 6,3 milhões de pessoas foram deslocadas dentro da Síria, e mais de 13 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária.

O representante do ACNUR na Jordânia, Stefano Severe, afirmou que desdobramentos políticos globais indicam que a resposta internacional à crise chegou a um ponto crítico.

“A crise na Síria necessita de apoio contínuo e significativo agora mais do que nunca, especialmente porque é muito provável que as opções para o reassentamento de refugiados diminuam”, ele disse. “Isso vai resultar em uma maior necessidade de apoio aos refugiados mais vulneráveis na região para que possamos impedir que eles atinjam uma situação ainda maior de pobreza.