Arquiteto ajuda sírios a reconstruir suas vidas na Suécia
Arquiteto ajuda sírios a reconstruir suas vidas na Suécia
MALMO, Suécia, 29 de março de 2017 – Em 2015, o arquiteto Lars Asklun sentiu-se extremamente comovido ao testemunhar as imagens transmitidas pela televisão de milhares pessoas chegando à Suécia. Ele queria ajudar, mas não sabia como. Primeiro, ele procurou as autoridades responsáveis pelos processos migratórios em Malmo, e informou que em sua casa havia dois quartos disponíveis. Nada aconteceu. Em seguida, ele foi a um centro de acolhimento para refugiados onde as pessoas recém-chegadas dão entrada nos seus processos e vivem temporariamente.
Ele se aproximou de um jovem que segurava seu filho colo, mas não se sentiu seguro em assumir a responsabilidade de conviver com uma criança. Então, ele foi até um homem que estava logo atrás ajudando outras pessoas como tradutor. Era Waleed Lababidi.
“Eu fiz três perguntas: “ ‘Você é casado?’ Ele disse que sim. ‘Você tem filhos?’ Ele disse que não. Olhei no fundo dos seus olhos e perguntei: ‘Você é fundamentalista?’ Ele respondeu que não. Então eu disse ‘OK, eu tenho uma boa proposta para te fazer´”. Waleed, de 29 anos, e sua esposa, Farah Hilal, 25 anos, são refugiados da Síria. Os dois e o irmão de Farah, Milad Hilal, de 22 anos, agora vivem com Lars.
Waleed lembra-se de sua primeira noite no apartamento de Lars. “Estávamos exaustos”, ele disse. “Nós jantamos e nem conversamos muito. Ele nos deu as chaves de casa. No momento em que fechamos a porta do nosso quarto, sentimos um alívio imediato – Farah começou a chorar de alegria. Finalmente tínhamos um lugar para viver”.
Um mês depois de se mudarem, Lars convidou o irmão de Farah, Milad, para passar o natal com eles. Os quatro tiveram uma ótima noite e se deram muito bem. Milad ainda vivia no centro de acolhimento. Quando Lars o levou de volta depois da ceia, ele ouviu os relatos sobre as difíceis condições do local, onde 580 jovens viviam praticamente amontoados. “Não consegui deixa-lo lá. Falei para arrumar as suas coisas e trouxe ele pra casa”, contou Lars.
Farah, Milad e Waleed eram deslocados internos na Síria muito antes de deixarem o país. Eles foram forçados a deixar suas casas em 2012 e passaram por hotéis, casa de amigos e de parentes. Um dia, enquanto a família estava jantando, um míssil caiu do outro lado da rua provocando um grande incêndio. Eles decidiram que tinham que ir embora. “Assim que amanheceu, juntamos o que foi possível e partimos”, Waleed disse.
Os quatro sempre tomam café da manhã juntos e, às vezes, jantam também. Waleed, Farah, Milad e outros refugiados se reúnem toda semana na grande mesa de jantar de Lars para aulas de sueco que duram cerca duas horas. Um dos vizinhos, que era professor, e agora está aposentado, contribui oferecendo mais uma hora de aula por semana.
“Para mim é divertido”, diz Lars. “É fantástico, eu tenho novos amigos e gosto muito deles”.
Lars frequentemente realiza encontros para tentar apresenta-los às pessoas da comunidade e ajudar na integração. “Ele realmente se importa conosco”, disse Milad. “Ele está sempre conversando com seus amigos sobre como pode nos ajudar profissionalmente. Temos muita sorte por tê-lo conhecido”.