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Casal octogenário luta para sobreviver em cidade ucraniana assolada pela guerra

Comunicados à imprensa

Casal octogenário luta para sobreviver em cidade ucraniana assolada pela guerra

Casal octogenário luta para sobreviver em cidade ucraniana assolada pela guerraAtualmente devastada, a cidade de Shchastya testemunhou diversas batalhas desde que o conflito na Ucrânia teve início em 2014. A maior parte das jovens famílias que viviam por lá foram embora.
21 Fevereiro 2017

Ucrânia, SHCHASTYA, 21 de fevereiro de 2017 – Hanna e Oleksiy Huzovskiy costumam bloquear a porta de seu apartamento e se proteger no hall de entrada quando o bombardeio começa. Os dois já têm mais de 80 anos e estão muito debilitados para se deslocarem até um abrigo antibombas. Hanna sofre de dor nas pernas e depende de uma bengala para caminhar, já Oleksiy mal consegue andar e tem dificuldades para ouvir e enxergar. Eles estão sempre juntos e frequentemente recusam os pedidos de sua filha para deixarem o local onde vivem. “Eu disse a ela que um só vai depois que o outro morrer”, disse Hanna.

A cidade de Shchastya, que significa “felicidade” em ucraniano, está localizada exatamente na linha de frente do conflito na Ucrânia que já custou a vida de cerca de 10.000 pessoas desde que teve início há 33 meses.

O som dos bombardeios é ouvido na cidade quase toda a noite. Muitas casas têm paredes furadas por fragmentos e tábuas nas janelas para substituir os vidros que foram estilhaçados.

“É um local de pessoas idosas, mais da metade da população tem mais de 60 anos.”

Muitas batalhas aconteceram ao redor da cidade, localizada próxima à capital Luhansk, e a maioria das famílias mais jovens já foram embora. Agora, é um local predominantemente ocupado por pessoas idosas, onde mais da metade de sua população tem mais de 60 anos, disse Natalia Boyko, uma assistente de projeto da ONG internacional HelpAge, que oferece assistência a cidadãos de terceira idade em todo o mundo.

Em dezembro, a HelpAge entregou ajuda em dinheiro, no valor aproximado de 144 dólares por pessoa, oferecido pelo ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, para os idosos mais vulneráveis que vivem próximos à linha de frente na Ucrânia.

Hanna foi uma das beneficiadas. Ela diz que, depois de receber o dinheiro ela gastou imediatamente cerca de 28 dólares em remédios para o seu marido. “Nós gastamos uma de nossas duas aposentadorias somente em medicamentos”, disse ela. O valor de cada aposentadoria é de 56 dólares.

Os Huzovskys dependem totalmente de seus vizinhos e trabalhadores humanitários para comprarem comida para eles. Hanna, que tem 80 anos, parou de sair depois que quase desmaiou na rua enquanto tentava ir à farmácia em dezembro do ano passado.

Para Oleksiy, é muito difícil até mesmo andar de um cômodo para outro. Ele passa seus dias deitado na cama, afagando suas gatas Sonya e Masha, ou fumando e tomando café em sua pequena cozinha.