Após nova tragédia no Mediterrâneo, número de mortes ultrapassa 5 mil no ano e estabelece recorde
Após nova tragédia no Mediterrâneo, número de mortes ultrapassa 5 mil no ano e estabelece recorde
GENEBRA, Suíça, 23 de dezembro de 2016 – Cerca de 100 pessoas estão sendo consideradas mortas por afogamento no Mar Mediterrâneo, em mais uma tragédia registrada ontem. Com isso, o número de vítimas fatais no Mediterrâneo neste ano já é maior que 5.000, tornando 2016 o pior ano já visto em número mortes.
A Guarda Costeira italiana realizou quatro operações de resgate no Mar Mediterrâneo Central. Em dois incidentes distintos, botes infláveis falharam e os passageiros caíram no mar, segundo as autoridades. O primeiro bote transportava entre 120 e 140 pessoas, com muitas mulheres e crianças. Somente 63 pessoas sobreviveram a este acidente. O segundo barco levava cerca de 120 pessoas, e 80 foram resgatados.
Cerca de 175 pessoas foram resgatadas com sucesso de outro bote e de um barco de madeira. A Guarda Costeira levou 264 pessoas ontem à noite à Trapani, na Sicília. Oito corpos também foram recuperados durante as operações.
Para o porta-voz do ACNUR – Agência da ONU para Refugiados – em Genebra, William Spindler, esta situação “realça a necessidade urgente de que os países aumentem as alternativas legais para admissão de refugiados (como reassentamento, patrocínio privado, reunião familiar e bolsas de estudo, entre outros) para que eles não tenham de recorrer a contrabandistas e viagens perigosas”.
Spindler explicou que as causas para o alarmante aumento das mortes neste ano no Mar Mediterrâneo são múltiplas. “Mas estas causas parecem estar relacionadas com a diminuição da qualidade das embarcações utilizadas pelos contrabandistas e táticas para evitar que sejam detectados durante a travessia, como o envio de um grande número de embarcações simultaneamente”. Spindler lembrou que tais táticas “tornam o trabalho dos socorristas mais difícil”.
Segundo o porta-voz do ACNUR, uma média de 14 pessoas morreram todos os dias no Mar Mediterrâneo durante 2016, sendo este a maior já registrada. No ano passado, quando mais de um milhão de pessoas cruzaram o Mediterrâneo, 3.771 vítimas foram registradas (contra mais de 5.000 em 2016).
Para mais informações sobre este assunto, favor entrar em contato com:
- Federico Fossi, [email protected], +39 349 084 3461 (Roma)
- William Spindler, [email protected], +41 79 217 3011 (Genebra)
- Babar Baloch, [email protected], +41 79 513 9549 (Genebra)