Chefe do ACNUR pede ação urgente para a proteção de crianças refugiadas
Chefe do ACNUR pede ação urgente para a proteção de crianças refugiadas
GENEBRA, Suíça, 08 de dezembro de 2016 (ACNUR) – Milhões de meninas e meninos compõem os números sem precedentes de pessoas em todo o mundo que foram forçadas a se deslocar de seus lares devido à guerras, conflitos e perseguições em todo o mundo. Protegê-los e encontrar soluções duradouras para os enormes riscos que eles enfrentam são o tema do fórum que teve início hoje, em Genebra, com duração de dois dias.
“Crianças em deslocamento estão expostas à graves riscos, especialmente quando estão separadas de suas famílias ou desacompanhadas de pessoas que conheçam”, disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados em sua fala de abertura do nono ‘Diálogo do Alto Comissário sobre os Desafios da Proteção’ (High Commissioner’s Dialogue on Protection Challenges).
Um número crescente de crianças, muitas delas separadas de seus pais e famílias, estão atualmente expostas à contrabandistas e traficantes. A educação delas foi interrompida e frequentemente correm riscos de vida, disse Grandi no encontro sob o tema “Children on the Move” (Crianças em Deslocamento – tradução livre).
“Elas estão expostas à contrabandistas e traficantes. Por estarem frequentemente desprotegidas – mesmo quando estão viajando com alguém – acabam expostas, obviamente, a todos os tipos de exploração. Não podemos aceitar. Temos que combater isso, precisamos encontrar maneiras de enfrentar essa situação”, disse.
Grandi afirmou que as crianças representam mais da metade (51%) dos 21,3 milhões de refugiados em todo o mundo. Muitas crianças em deslocamento acabam parando em centros de detenção, que podem trazer graves impactos negativos à sua saúde física e mental ao longo de suas vidas.
Elas estão vulneráveis à violência sexual e de gênero, exploração e em risco de apatridia. Seus futuros são incertos e muitas delas perderam anos escolares em consequência do deslocamento.
Grandi destacou diversos compromissos significativos adotados em setembro pelos Estados na Declaração de Nova York na Cúpula da ONU sobre Refugiados e Migrantes, com o intuito de encontrar “formas concretas para enfrentar algumas das questões e problemas” enfrentadas pelas crianças em deslocamento.
O Alto Comissário enfatizou as promessas de pôr fim à prática de detenção de crianças para determinar o seu status migratório e de garantir que os Estados registrem todas as crianças nascidas no seu território para prevenir e reduzir o risco de apatridia.