Apátrida e refugiados contam suas histórias no TEDxSãoPaulo Pluralidades
Apátrida e refugiados contam suas histórias no TEDxSãoPaulo Pluralidades
SÃO PAULO, 01 de dezembro de 2016 – Na última terça-feira (29), quatorze pessoas vindas de diferentes contextos foram convidadas a compartilhar suas visões e experiências inspiradoras com um objetivo em comum: reforçar a importância da pluralidade para formação de uma sociedade mais justa e inclusiva. Três dos palestrantes, Alphonse e Basma que são refugiados, e Maha que é apátrida, contaram suas histórias e ofereceram à plateia, predominantemente brasileira, a oportunidade de conhecer realidades até então inimagináveis à maioria.
O espaço que possibilitou esse encontro foi o TEDx São Paulo, que realizou uma sequência de palestras na capital paulista buscando promover o debate sobre importantes questões. As pessoas que subiram ao palco dividiram com o público histórias de superação, da criatividade proveniente das adversidades, das lutas diárias contra o racismo e violência de gênero, da intolerância religiosa, das dificuldades sociais de lidar com o que foge dos padrões, da importância de respeitar as diferenças e de romper com o silêncio para promover as mudanças necessárias.
O apresentador Cazé Peçanha foi o mestre de cerimônia do evento e ressaltou a importância da iniciativa. “É uma oportunidade especial para todos nós seres humanos, que estamos vivendo em um momento tão polarizado, de abrir espaço para as pluralidades”, disse o apresentador.
Uma das histórias mais impactantes foi a de Maha Jean Mamo, que é apátrida. Nascida no Líbano, ela é filha de sírios de religiões diferentes. Na Síria, seus pais nunca tiveram o casamento reconhecido já que a união civil entre cristãos e mulçumanos ilegal. Eles decidiram ir para o Líbano, mas lá também não puderam oficializar o casamento. Maha e seus dois irmãos nasceram em solo libanês, entretanto nunca puderam ser registrados uma vez que a lei no país estabelece que a nacionalidade deve ser passada de pais para filhos. Por esse motivo, tornaram-se apátridas e viveram por mais de vinte anos as difíceis consequências dessa condição. Maha chegou no Brasil há 2 anos como refugiada, recebeu sua documentação e atualmente trabalha como Gerente de Relações Internacionais.