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ACNUR utiliza drones para ajudar populações deslocadas na África

Comunicados à imprensa

ACNUR utiliza drones para ajudar populações deslocadas na África

ACNUR utiliza drones para ajudar populações deslocadas na ÁfricaAeronaves pilotadas remotamente ajudam a avaliar as necessidades das pessoas que fogem de conflitos e perseguições no Mali, na Nigéria e no Sudão do Sul
28 Novembro 2016

NIAMEY, Níger, 28 de novembro de 2016 (ACNUR) – Para muitas pessoas, drones evocam imagens de aeronaves pilotadas remotamente, equipadas com mísseis e usadas para fins militares. Mas em partes da África afetadas por conflitos, algumas versões dessa tecnologia estão sendo usadas por organizações de ajuda humanitária como o ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, para planejar respostas de socorro e salvar vidas.

Os drones são cada vez mais utilizados em países como o Níger, Burkina Faso e Uganda, para ajudar a mapear grandes populações de pessoas deslocadas, avaliar suas necessidades e descobrir a melhor forma de ajudá-las. Eles também estão sendo usados para avaliar os danos ambientais causados pelo deslocamento.

“Existem inúmeras aplicações pacíficas desta tecnologia, seja nos direitos humanos, na prestação de ajuda ou no mapeamento de assentamentos”, diz Andews Harper, chefe da unidade de inovação do ACNUR, observando que o uso potencial para drones é impressionante.

A tecnologia entrou em cena em uma época na qual um número recorde de pessoas foram forçadas a deixar suas casas em razão de guerras e perseguições, mais de três milhões deles por conflitos no Sudão do Sul, Nigéria e Mali que causaram deslocamento generalizado tanto internamente quanto para além de suas fronteiras.

“Existem inúmeras aplicações pacíficas desta tecnologia”.

Na região de Diffa, no nordeste do Níger, a necessidade de gerenciar as informações de forma mais eficaz se tornou cada vez mais urgente desde que os ataques do Boko Haram, em junho de 2015, forçaram dezenas de milhares de pessoas a abandonar suas casas ou campos de refugiados.

No final de outubro, mais de 250 mil pessoas haviam sido deslocadas desde 2015, muitas delas procurando abrigo em até 100 locais informais que haviam surgido em ambos os lados da principal estrada oeste-leste da capital Niamey, com cerca de 20 mil pessoas em dois campos.

O mix inclui deslocados internos, bem como retornados do Níger e refugiados nigerianos. Vulnerável aos ataques do Boko Haram, a população move-se muito, tornando difícil rasteá-la e mapeá-la enquanto se muda em busca de segurança e assistência.

O ACNUR buscou um fabricante de drones, o nigeriano autodidata Aziz Kountche, para ajudar a compreender a dinâmica dos movimentos populacionais. Ele criou um drone simples, mas eficaz e que se parece com um avião. O T-800 M, que tem autorização do governo para operar em uma área de linha de frente, capturou vídeo e imagens fixas para fazer mapas precisos dos novos assentamentos, o que será crucial para apoiar a resposta humanitária em uma aérea do tamanho da Bélgica.

“Com o uso das imagens do drone, queremos proporcionar um novo nível de mapeamento para fortalecer nossa análise do contexto”, disse Benoit Moreno, diretor de relações externas do ACNUR. As imagens permitiram que o ACNUR e seus parceiros visualizassem a situação nos locais, identificassem e atendessem necessidades de múltiplos serviços, incluindo sistemas de água, vasos sanitários, instalações educacionais e cuidados de saúde. A tecnologia também ajudou no registro dos deslocados”.