ACNUR abre novo campo para responder ao deslocamento em massa em Mossul
ACNUR abre novo campo para responder ao deslocamento em massa em Mossul
HASANSHAM, Iraque, 09 de novembro de 2016 – O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados abriu um campo em Hasansham, ao norte do Iraque, para ajudar a acomodar as pessoas deslocadas de Mossul. A ofensiva para a retomada da segunda maior cidade do Iraque atingiu o maior número de deslocamento desde que teve início no mês passado.
O ACNUR abriu o campo após a chegada, em menos de 24 horas, de cerca de 8.000 iraquianos que fugiram dos combates.
Grandes fileiras de carros, caminhões, e tratores carregando homens, mulheres e crianças que deixaram as áreas em conflito chegaram durante a noite e continuaram chegando ao longo do dia.
Cerca de 5.000 pessoas já foram recebidas no acampamento Khazer, que é administrado pelo governo. As primeiras famílias começaram a chegar em Hasansham à tarde. No total, o local recebeu 3.000 pessoas.
A ONU estimou que mais de um milhão de pessoas poderiam vir a serem forçadas a se deslocar de suas casas.
Anteriormente, o número de iraquianos deslocados desde o início da ofensiva militar em 17 de outubro ultrapassou 22.000 pessoas, com as últimas chegadas atingiu um total de 30.000. A ONU estimou que mais de um milhão de pessoas poderiam vir a serem forçadas a se deslocar de suas casas.
A maioria das pessoas vieram de Gogjali e de outras regiões da periferia de Mossul. Essas áreas testemunharam graves conflitos há dias atrás, mas agora estão sob o controle das forças de segurança iraquianas.
As primeiras pessoas que chegaram ao campo falaram do alívio por terem conseguido escapar do conflito, e dos mais de dois anos que viveram sob o controle dos militantes.
Sultan Ghassen, um metalúrgico de 47 anos de idade que veio de Gogjali, deixou sua casa há três dias e passou duas noites acampado próximo às zonas de conflito antes de ir para o campo na última semana.
“Nós deixamos nossa casa para escapar dos morteiros que caíam ao nosso redor. Quando deixamos Mossul e viemos para cá, a sensação é que estávamos indo das trevas para o paraíso”, ele disse à equipe do ACNUR.