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Quase 80.000 sul-sudaneses fogem para países vizinhos enquanto o conflito gera mais refugiados

Comunicados à imprensa

Quase 80.000 sul-sudaneses fogem para países vizinhos enquanto o conflito gera mais refugiados

Quase 80.000 sul-sudaneses fogem para países vizinhos enquanto o conflito gera mais refugiadosMais civis sul-sudaneses estão fugindo para Uganda, Etiópia e Quênia, assim como para regiões voláteis do Sudão, para fugir da violência contínua.
14 Janeiro 2014

GENEBRA, 14 de Janeiro de 2014 (ACNUR) – A agência da ONU para refugiados informou nesta terça-feira que mais civis sul-sudaneses estão abandonando suas casas e fugindo para países vizinhos como Uganda, Etiópia e Quênia, assim como para regiões voláteis do Sudão, para fugir da violência contínua.

O porta-voz do ACNUR Adrian Edwards em uma conferência de imprensa em Genebra, informou que cerca de 78.000 pessoas fugiram para países vizinhos desde meados de dezembro. Mais da metade foram para a região do Nilo Ocidental, que abrange o Sudão do Sul e a República Democrática do Congo.

“Ao todo, 42.654 pessoas, na maioria mulheres e crianças, que saíram de Nimule no Sudão do Sul, já estão em Uganda nos distritos de Arua, Adjumani e Kiryandrongo”, disse Edwards. De acordo com informação reportada por funcionários do ACNUR, muitos homens estão levando suas famílias para a fronteira de Uganda e deixando-os lá antes de voltar para seu país. “Dos refugiados temos relatos de testemunhas de assassinatos, casas queimadas e tiroteio”, acrescentou ele.

Adau, uma mulher de 65 anos da cidade de Bor, disse ter visto pessoas sendo baleadas. “Casas estão queimando e pessoas estão sendo assassinadas... Desde manhã até a tarde pessoas estão atirando”, disse ela a equipe do ACNUR no centro de trânsito de Dzaipi, localizado no distrito de Adjumani, na fronteira com Nimule.

Com mais de 32.500 pessoas, Dzaipi tem a maior concentração de refugiados, mas o centro foi projetado para apenas 400, por isso a maioria das pessoas estão tendo que dormir com suas crianças ao ar livre. Eles se queixam de frio à noite. “Aqui em Dzaipi a vida é muito difícil”, disse Adau, que estava hospedada em um abrigo comum com 9 membros da família.

“Assim como abrigo, eles precisam de água limpa, comida e artigos domésticos básicos. Cada vez mais as pessoas continuam chegando diariamente em Dzaipi. Nós estamos trabalhando com as autoridades ugandenses para montar campos adicionais”, disse Edwards.

A Etiópia também está registrando um aumento nas chegadas. Mais de 18.600 sudaneses têm cruzado a área de Akobo na região de Jonglei e o ACNUR está reforçando a sua presença para melhorar o monitoramento dos recém-chegados e suas necessidades.

Quênia também registrou 6.778 recém-chegadas do estado de Jonglei. Edwards disse que o ACNUR está preocupado com a grande presença de crianças entre eles e está planejando uma avaliação conjunta com a UNICEF para saber mais sobre a situação delas e suas necessidades – incluindo a reunificação familiar ou a colocação em famílias de acolhimento das crianças separadas ou não acompanhadas.

No Sudão, a estimativa disponível é de que 10 mil pessoas atravessaram a fronteira para o Kordofan do Oeste e do Sul, dois estados onde a situação é volátil. “A maioria é nômade e, até agora, não fomos capazes de verificar os números exatos devido à falta de acesso”, observou Edwards.

No entanto, o governo do Sudão disse que, até agora, apenas 1.371 dos recém-chegados são refugiados sul-sudaneses. O ACNUR, o Programa Alimentar Mundial e outras agências estão prestando assistência a essas pessoas, bem como a alguns nômades que estão em necessidade urgente de assistência humanitária, através de parceiros locais.

“Com o conflito que de acordo à informação recebida continua em partes do Sudão do Sul, principalmente nos estados de Jonglei e Alto Nilo – e o lento progresso nas negociações em Addis Ababa, nós estamos prevendo mais deslocamentos dentro e fora das fronteiras do Sudão do Sul”, avisou Edwards.

O número de deslocados internos subiu de 200 mil a 355 mil em uma semana. O aumento do deslocamento é causado pelo próprio conflito, bem como pelo medo deste, combinado com a deterioração das condições de vida, incluindo a falta de alimentos em alguns mercados.

Apesar dos desafios, o ACNUR continua prestando assistência a 230 mil refugiados em 10 campos no Sudão do Sul. A agência está planejando começar a distribuição de comida nesta quarta-feira para 77 mil sudaneses refugiados nos campos de Yida e Ajoung Thok no estado de Unidade, com apoio da missão de manutenção de paz da ONU no Sudão do Sul, que concordou em redistribuir tropas para proteger Yida.