Ouvir as pessoas refugiadas é indispensável ao prover ajuda humanitária
Ouvir as pessoas refugiadas é indispensável ao prover ajuda humanitária
Representantes do PRM e do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo estiveram na capital e na região metropolitana de São Paulo (SP), em Boa Vista (RR) e em Rio Branco, Epitaciolândia e Brasiléia (AC) para acompanhar as atividades que estão sendo desenvolvidas pelo ACNUR e por parceiros e estreitar os laços de parceria.
O Representante do ACNUR no Brasil, Davide Torzilli, acompanhou a comitiva, que realizou uma ampla agenda de visitas a parceiros de entidades públicas e da sociedade civil, com enfoque na escuta dos relatos das pessoas refugiadas de diferentes nacionalidades que buscam proteção e oportunidades para recomeçar suas vidas com dignidade no país.
São Paulo
A comitiva esteve na Missão Paz, organização parceira do ACNUR, e pode ouvir de pessoas refugiadas de Angola, Venezuela e Colômbia como se deu o processo de contratação profissional, e como superaram a barreira do idioma e as diferenças culturais.
Já em Guarulhos e Poá, a delegação visitou centros de acolhimento geridos pela Caritas São Paulo e pelas prefeituras de Guarulhos e São Paulo que atendem refugiados afegãos, onde ouviu sobre os desejos de integração, a gratidão pela recepção por meio do visto humanitário concedido pelo Governo Brasileiro, e sobre a importância do acompanhamento das aulas de português.
No centro de acolhimento de pessoas venezuelanas interiorizadas das Aldeias Infantis SOS Brasil, a delegação acompanhou uma apresentação da Associação de Imigrantes Venezuelanos no Brasil (Asovembra), que realizou um censo comunitário para a identificação das principais necessidades locais e desenvolveu mecanismos de respostas a essas demandas.
Boa Vista (RR)
Na capital roraimense, integrando as ações da resposta humanitária do Governo Brasileiro, a comitiva do PRM realizou visitas aos abrigos da Operação Acolhida que acolhem cerca de 7 mil pessoas venezuelanas.
No abrigo indígena Waraotuma a Tuaranoko, a comitiva conversou com as mulheres refugiadas que participam do projeto de produção de artesanato desenvolvido por ACNUR e Museu A CASA, que busca preservar as tradições culturais da comunidade indígena Warao e fomentar a autonomia financeira das mulheres. No Rondon 1, maior abrigo da América Latina, que atualmente acolhe quase 2 mil pessoas, o Vice-Coordenador Regional do PRM, Porter Illi, foi entrevistado pela Rádio Comunitária La Voz de Los Refugiados.
Além da visita aos abrigos, o PRM acompanhou os serviços de recepção, documentação e registro de refugiados e migrantes no Posto de Triagem (PITRIG) da Operação Acolhida, além das novas instalações do Centro de Coordenação de Interiorização (CCI). O local concentra os esforços da Força-Tarefa Logística Humanitária para a realocação voluntária da população refugiada e migrante de Roraima para outras regiões do Brasil, além de abrigar um espaço de formação profissionalizante para esse público.
Epitaciolândia e Brasiléia, no Acre (AC)
No estado do Acre, fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru, o Vice-Coordenador Regional do PRM conversou com pessoas refugiadas e migrantes atendidas por diversas organizações, especialmente a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Acre (Seasd/AC), a Polícia Federal, a rede de proteção dos municípios de Assis Brasil, Epitaciolândia e Rio Branco, e a Caritas Brasileira.
Na ocasião, Porter Illi ouviu da comunidade as motivações para o deslocamento e onde almejam chegar, incluindo seus diversos desafios no trajeto, especialmente relacionados ao transporte, acesso às necessidades básicas e documentação.
A atuação de diversas organizações locais tem fornecido acesso a abrigo, documentação, proteção, saneamento básico e serviços de assistência social para pessoas de várias nacionalidades na fronteira, especialmente venezuelanos, colombianos, cubanos e haitianos.
Como forma de fortalecimento da rede local e monitoramento do fluxo da fronteira, essas organizações fazem parte de um comitê de crise e monitoramento, que se reuniu com o PRM durante a visita. Na ocasião, o Governo do Acre se comprometeu a continuar trabalhando em coordenação para apoiar a população, especialmente com documentação e abrigo, enquanto o PRM, o ACNUR e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) continuarão a fornecer suporte técnico aos atores locais.
O ACNUR agradece o constante e generoso apoio do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) dos Estados Unidos, que permite que as pessoas refugiadas no Brasil sejam protegidas e participem ativamente das sus jornadas de integração socioeconômica no país.