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O ACNUR restabelece a distribuição de ajuda humanitária no aeroporto de Bangui

Comunicados à imprensa

O ACNUR restabelece a distribuição de ajuda humanitária no aeroporto de Bangui

O ACNUR restabelece a distribuição de ajuda humanitária no aeroporto de BanguiA agência da ONU para refugiados restabeleceu a distribuição de ajuda humanitária a cerca de 100 mil pessoas que procuraram refúgio no Aeroporto Internacional de Bangui.
9 Janeiro 2014

AEROPORTO INTERNACIONAL DE BANGUI, República Centro-Africana, 9 de Janeiro (ACNUR) – A agência da ONU para refugiados restabeleceu a distribuição de ajuda humanitária a cerca de 100 mil pessoas que procuraram refúgio no Aeroporto Internacional de Bangui, fugindo à violência sectária que tem devastado a capital da República Centro-Africana.

“É um alívio para o ACNUR e para a população deslocada que se encontra no aeroporto. Fomos forçados a suspender a distribuição de ajuda humanitária por diversas vezes, e ficámos frustrados por não conseguir prestar a assistência adequada às pessoas que permanecem neste local por motivos de segurança”, afirmou Kouassi Lazare Etien, o representante do ACNUR na República Centro-Africana.

A distribuição conjunta de alimentação, por parte do Programa Alimentar Mundial (PAM), e de ajuda humanitária, por parte do ACNUR, foi restabelecida na Terça-feira. A agência para os refugiados irá distribuir cobertores, colchões, mosquiteiros, galões e lonas plásticas a cerca de 20 mil famílias, ou seja, aproximadamente 100 mil pessoas.

Tentativas anteriores de distribuição revelaram-se malogradas face a vários episódios caóticos decorridos, em que jovens armados procuravam apoderar-se dos diversos artigos que compunham os carregamentos de ajuda humanitária o mais rapidamente possível, deixando os funcionários e parceiros do ACNUR sem qualquer capacidade de resposta.

Assim, foi concebido um novo mecanismo de distribuição, envolvendo as comunidades deslocadas e as agências humanitárias. Forças de manutenção de paz francesas e da União Africana são agora responsáveis por manter a segurança e a ordem, evitando novos episódios de caos e preservando o carácter eminentemente civil do local.

“No aeroporto, as pessoas estão a viver uma situação desesperante. O ACNUR, juntamente com os seus parceiros, foi capaz de realojar cerca de 2.400 famílias fora da zona do aeroporto, de forma a mitigar os riscos de sobrelotação do local e promover uma distribuição mais eficiente da ajuda humanitária”, declarou Etien.

Os problemas na distribuição da ajuda humanitária contribuíram para deteriorar as condições de vida de dezenas de milhares de pessoas residentes agora na zona do aeroporto, mas a maioria receia regressar às suas casas, exigindo condições para uma maior segurança. 

“Os soldados nacionais e internacionai que se encontram perto do aeroporto deveriam intervir para garantir que a assistência humanitária é prestada de uma forma eficaz e pacífica”, defendeu Sophie, que fugiu do distrito PK15 de Bangui, devastado pela violência, e está apreensiva face aos atrasos no acesso à ajuda humanitária. A mulher, de 45 anos, entrevistada pelo ACNUR na semana passada, na zona da alfândega do aeroporto, tem como única fonte de sustento a venda de pequenas embalagens de pasta de mandioca.

Os líderes religiosos têm apelado aos jovens para que cessem a violência e outros comportamentos abusivos responsáveis pelas interrupções no sistema de distribuição de ajuda humanitária. “Conversámos e fi-los entender que o seu comportamento negativo e agressivo está a impedir que as pessoas recebam a assistência de que precisam”, afirmou um padre no aeroporto.

No sentido de mitigar as pobres condições de vida no local, o ACNUR e os seus parceiros têm vindo a desenvolver uma estratégia para prestar assistência às populações deslocadas, no aeroporto, que passa pela distribuição alimentar, assistência médica, distribuição de água, saneamento, construção de abrigos e fornecimento de diversos artigos não alimentares.

O ACNUR é a principal agência responsável por responder às necessidades das comunidades de deslocados internos, no que diz respeito à provisão de protecção, abrigo e ajuda de emergência. Até ao momento, a agência já distribui ajuda não alimentar e materiais de abrigo a quase 30 mil pessoas, em 13 locais em Bangui e dois em Bossangoa, 300 quilómetros a norte da capital.

De momento, contabilizam-se mais de 935 mil deslocados internos na República Centro-Africana, e mais de 512 mil deles encontram-se espalhados por mais de 67 locais em Bangui, onde encontraram refúgio provisório, ou encontram-se a viver com famílias de acolhimento. Cerca de 60 porcento destes deslocados internos são crianças.

Obrigado à Voluntária On-Line Margarida Hourmat pela ajuda prestada com a tradução do inglês deste texto.