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No Paraná, “Cidade de Refúgio” acolherá vítimas de conflitos e perseguições religiosas

Comunicados à imprensa

No Paraná, “Cidade de Refúgio” acolherá vítimas de conflitos e perseguições religiosas

No Paraná, “Cidade de Refúgio” acolherá vítimas de conflitos e perseguições religiosasO Brasil terá, em breve, um abrigo exclusivo para acolher refugiados vítimas da perseguição religiosa.
13 Abril 2016

Curitiba, 13 de abril de 2016 (ACNUR) – O Brasil terá, em breve, um abrigo exclusivo para acolher refugiados vítimas da perseguição religiosa. A “Cidade de Refúgio”, projeto idealizado pela organização não-governamental Mais, está sendo construída na região metropolitana de Curitiba (PR), em uma área de 250 mil m2, com capacidade para receber 150 refugiados por vez.

Um relatório da Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos, referente a 33 países, aponta que violações de direitos humanos devido a práticas religiosas acontece de forma mais sistemática em 27 deles. O relatório destaca, com maior ênfase, a situação no Iraque, Síria, Nigéria, República Centro-Africana e Myanmar.

Segundo o diretor do projeto, Weston Lee Rayborn, a “Cidade de Refúgio” receberá refugiados da África, da Ásia e do Oriente Médio, por um tempo de permanência no local entre dois e quatro meses. Espera-se que o projeto esteja em funcionamento a partir de maio.

"Queremos ser uma referência na acolhida de pessoas que são vítimas de perseguição religiosa. Entendemos que esse projeto é uma porta para uma nova fase da vida deles”, explica Rayborn.

Para ele, o Brasil é um bom lugar para dar início a essa etapa. "É um país relativamente seguro, se compararmos com as áreas de onde esses refugiados vêm. Além disso, há liberdade religiosa". 

Caso o projeto seja procurado por vítimas de outro tipo de perseguição (que não a religiosa), estas pessoas serão encaminhadas para outras instituições parceiras. 

Durante o período de permanência na “Cidade de Refúgio”, o refugiado passará por duas fases de acolhida. No período de convivência inicial, ele receberá assistência para obter sua documentação e também informações sobre a vida no Brasil. Em seguida, na fase de inserção, se buscará uma forma de viabilizar a integração socioeconômica do refugiado na sociedade. 

O projeto se responsabilizará pelas despesas do refugiado enquanto ele estiver vivendo na “Cidade do Refúgio”. Antes que o prazo de permanência termine, o projeto buscará instituições ou mesmo indivíduos que possam assumir os custos deste refugiado por até um ano após a sua saída da Cidade. Rayborn ressalta que além de igrejas, cidadãos e outras organizações serão procuradas para viabilizar financeiramente essa inserção. 

Diferente de outros ambientes de acolhida para refugiados, a “Cidade de Refúgio” prevê moradias pré-moldadas, destinadas a cada núcleo familiar e um centro comunitário, onde ocorrerão aulas de cultura brasileira e português. Haverá também um ambiente terapêutico para fornecer assistência médica e odontológica; além de espaços para horta e piscicultura, onde terapias ocupacionais serão desenvolvidas por meio do trabalho manual e em meio à  natureza.

O Representante Interino do ACNUR no Brasil, Agni Castro-Pita, parabenizou a iniciativa deste projeto que “viabiliza a acolhida e abrigo de refugiados e, mais que isso, possibilita aos refugiados reconstruir suas vidas com segurança e dignidade”.

Para o diretor do projeto, incentivar com que o refugiado tenha contato com a natureza é uma forma de ele “melhorar o seu interior”, além de essa ser mais uma possibilidade de ocupação do seu tempo.

Rayborn ressalta o cuidado que o projeto está tendo para que essas atividades manuais não caracterizem trabalho forçado. "Haverá um profissional específico para cuidar da horta e da piscicultura. O refugiado que se interesse por estas atividades poderá interagir com este profissional e ajudar. Todos os produtos cultivados serão consumidos pelos moradores da Cidade, uma vez que queremos que ela seja autossustentável". 

O projeto conta com uma equipe fixa de profissionais, que já estão no local, acompanhando o desenvolvimento de cada detalhe. São advogados, assistentes sociais, engenheiros, motoristas, professores e psicólogos. 

Construção voluntária - Movidos pela causa, profissionais especializados, como engenheiros e pedreiros, estão trabalhando como voluntários para a edificação da “Cidade de Refúgio”. Além dos especialistas, há também outras áreas de atuação que contribuem em serviços diversos, como pintura das paredes internas das casas.

A ONG Mais busca também contribuições em forma de roupas de inverno, cobertores, roupas de cama e produtos de higiene pessoal. Devido às baixas temperaturas na região de Curitiba, o espaço está se preparando para melhor acolher os refugiados. 

Serviço:

Para contactar o projeto, os interessados podem acessar o site: maisnomundo.org ou enviar um e-mail para [email protected]

 Por Michele Bravos, de Curitiba (PR)