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ACNUR participa de encontro sobre o tema trabalho para refugiados em São Paulo

Comunicados à imprensa

ACNUR participa de encontro sobre o tema trabalho para refugiados em São Paulo

ACNUR participa de encontro sobre o tema trabalho para refugiados em São PauloNa manhã da última quarta-feira, o Palácio dos Bandeirantes sediou o primeiro Encontro Empresarial com objetivo de sensibilizar representantes empresariais.
3 Dezembro 2015

 SÃO PAULO, 03 de dezembro de 2015 (ACNUR) - Na manhã da última quarta-feira (02/12), o Palácio dos Bandeirantes sediou o primeiro Encontro Empresarial com objetivo de sensibilizar representantes empresariais para a contratação de imigrantes e estrangeiros. “Mais que sírios, congoleses ou haitianos, imigrantes e refugiados quando cruzam a fronteira são também paulistas que precisam de um trabalho para dar dignidade a sua jornada no Estado”, afirmou o secretário chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, anfitrião do evento promovido pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI) do Estado de São Paulo, pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pela Rede Brasileira do Pacto Global da ONU.

Depois de Aparecido, saudaram os presentes a assessora da Rede Brasileira Pacto Global, Bárbara Dunin, e o representante interino do ACNUR no Brasil, Agni Castro-Pita. Ambos reconheceram a iniciativa do governo paulista como “fundamental” para o entendimento das necessidades dos estrangeiros. “Refugiados aportam sua capacidade, sua visão cultural e tradições aos países que os recebem, e está é a riqueza do Brasil. O refugiado,  quando se integra, enriquece a sociedade. Nosso obrigado ao Brasil E ao Estado de São Paulo pela generosidade de acolher e facilitar a integração dos refugiados", afirmou Castro-Pita.

Além do ACNUR e do Pacto Global, as cerca de cem pessoas presentes no evento, empresários em sua maioria, puderam conhecer o trabalho do PARR (Programa de Apoio para Recolocação dos Refugiados), Missão Paz e do CIC (Centro de Integração da Cidadania) do Imigrante, parceria entre as secretarias estaduais da Justiça e do Emprego.

Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres, iniciou o ciclo de palestras com o tema Migrações e Gêneros. A consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras, apresentou a palestra Racismo, Xenofobia e suas Manifestações.  “Precisamos destruir conceitos para poder construir novos”, afirmou a consulesa, que falou sobre histórias pessoais como o preconceito vivido na França, o surgimento do racismo na Europa e também “a importância de trabalharmos por uma sociedade inclusiva”. Encerrou o ciclo de palestras Reinaldo Bulgarelli, da Txai Consultoria e Educação, com o tema Business Case da Diversidade.

Os depoimentos da gerente de Responsabilidade Social do Carrefour, Karina de Andrade ,Chaves, do empresário da Patisserie Douce France, Fabrice Le Nude, e dos refugiados François Choumy e Abiodun Oleswole Michaell encerraram o encontro.

“A presença dos refugiados, da Muna (refugiada síria que ofereceu o Welcome Coffee) e a exposição Somos Todos Imigrantes, do fotógrafo Chico Max (que ficará exposta no local até a próxima sexta-feira) deram rosto ao evento, foram momentos de real aproximação do governo de São Paulo com essa população. Estamos satisfeitos e confiantes nos resultados positivos que este Encontro trará”, afirmou Ana Carolina Conde, chefe da AEAI.

Ações

O governo paulista possui várias ações que atendem refugiados. Recentemente, a Casa de Passagem Terra Nova, gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, por exemplo, completou um ano. No período atendeu 144 migrantes, vítimas de tráfico de pessoas ou solicitantes de refúgio.

No CIC (Centro de Integração da Cidadania) do Imigrante, da Secretaria da Justiça, inaugurado em dezembro de 2014, estão concentrados serviços para o acolhimento e regularização dos imigrantes que chegam ao Estado em situação vulnerável.

O departamento de geografia da USP (Universidade de São Paulo) também desenvolve palestras para adaptação dos estrangeiros à nova realidade.

O Museu da Imagem e do Som (MIS) apresentou, nos últimos dias 7 e 8 de novembro, a mostra Somos Todos Imigrantes. A exposição, composta de 19 fotos de imigrantes e refugiados da Missão Paz, será estendida para estações do Metrô, Parques e outros Museus do Estado. O objetivo é manter o assunto em pauta e fomentar a discussão, buscar o entendimento e incentivar iniciativas que auxiliem essa população.

No dia 4 de novembro, em São Paulo, cerca de 20 refugiadas participaram da atividade “Empoderando Mulheres”, articulada entre o ACNUR, a Rede Brasileira do Pacto Global, ONU Mulheres, Cáritas, PARR e a consultoria em recursos humanos Fox Time. O objetivo do encontro foi discutir questões ligadas à igualdade de gênero e inserção de mulheres no mercado de trabalho. Além disso, foram discutidas formas de abordar os casos de violência contra a mulher.

Refugiados em São Paulo

São Paulo recebe 40% das solicitações de refúgio no Brasil. Em seguida, vem os estados do Acre (16%), Rio Grande do Sul (11%) e Paraná (7,5%). Os dados são do ACNUR, consolidados em setembro deste ano.

O crescimento do número de solicitantes apresenta uma taxa elevada nos últimos cinco anos. Em 2010, foram registradas 310 solicitações; em 2011, 661; em 2012, 1.022; em 2013, 1.320 e, em 2014, 5.136 pessoas pediram refúgio no estado paulista.

Os nigerianos correspondem à maioria dos solicitantes seguidos de sírios, congoleses (República Democrática do Congo), libaneses e ganeses.