Três refugiados recebem bolsa integral de pós-graduação na Universidade para a Paz
Três refugiados recebem bolsa integral de pós-graduação na Universidade para a Paz
SÃO JOSÉ, Costa Rica, 4 de outubro de 2013 (ACNUR) - Violeta é uma mulher extraordinária. Seus olhos verdes ficam marejados ao ao contar que sua família não se sentia segura em nenhum lugar até chegar à Costa Rica. Ela pratica nado sincronizado, ganhou quatro medalhas de outro nos últimos Jogos Centroamericanos, é designer de interiores e, mais recentemente, bolsista da Universidade para a Paz, fazendo um mestrado em Governança Urbana Sustentável.
Além de Violeta, a colombiana Aura Bonilla e o cubano Ronaldys Herrera também receberam bolsa integral para cursar a pós-graduação.
“A Universidade para a Paz e o ACNUR assinaram um acordo para facilitar os estudos de pós-graduação na U Paz para refugiados e apátridas que vivem na Costa Rica, entre os termos do acordo está o apoio financeito integral a estudantes encaminhados pelo ACNUR”, afirma o doutor Juan Carlos Sáenz-Borgo, reitor da Universidade para a Paz.
Quando uma funcionária da ACAI, a agência implementadora do ACNUR na Costa Rica, disse a Violeta sobre a possibilidade de ela receber a bolsa, a jovem não teve dúvida: “Era algo impossível de recusar”.
Violeta é daquelas que encaram um copo com água pela metade como meio cheio. Disse que quando chegou à Costa Rica no último dia do ano de 1993, trocando o inverno russo pelo verão florido costarriquenho, ficou fascinada. Ela tinha 6 anos de idade e há muito tempo deslocava-se com sua família de um lugar a outro em busca de segurança.
Chegou falando dois idiomas que ninguém falava na Costa RIca: russo e georgiano e no jardim de infância ensinavam outros dois que ela nunca havia escutado: espanhol e inglês. Sua mãe aprendeu os idiomas assistindo televisão e seu pai, no trabalho.
Esta jovem de 25 anos que nasceu na Geórgia quer deixar sua marca na Costa Rica. Ela gosta de imagina que pode colaborar com o tema da segurança cidadã, sobretudo com o conhecimento que está adquirindo na U Paz.
“As pessoas dizem que a experiência na U Paz muda a nossa vida… e têm razão. É muito intenso”, afirma Violeta, que começou o mestrado em 12 de agosto deste ano. Ela frequenta a universidade em El Rodeo, na Ciudad Colón, de segunda à sexta.
Cada estudante tem um bolsa equivalente a 25 mil dólares e cursarão o mestrado de um ano em tempo integral na universidade, criada no âmbito do mandato das Nações Unidas. Aura e Ronaldys cursam pós-grauação em Direito Internacional e Mediação de Conflitos e Gênero e Paz, respectivamente.
“Depois de anos praticando uma atividade que exige displina, manter a respiração, ficar em posições desconfortáveis e ainda mostrar um espetáculo, todo o resto me parece muito simples”, diz Violeta rindo, ainda que acredite que a quantidade de informação e a exisgência da universidade sejam muito altas.
“Estamos muito satisfeitos que Violeta, Aura e Ronaldys tenham sido beneficiados com esta possibilidade. Os refugiados têm muito o que contribuir ao país e, por isso, dar-lhes novas ferramentas educativas é um investimento neles, em suas famílias e comunidade”, diz Roberto Mignone, representante do na Costa Rica.
De acordo com diretora da ACAI, Gloria Maklouf, se estas bolsas não existissem seria difícil que refugiados tivessem acesso a educação em uma instituição de tanto prestígio. “Deve-se reconhecer a abertura e sensibilidade que a Universidade para la Paz tem em apoiar estes jovens para que possam alcançar suas metas”, completa.
Por Andrea Vásquez em São José, Costa Rica.