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ACNUR expressa preocupação com violência sectária no Iraque, que ameaça causar novos deslocamentos

Comunicados à imprensa

ACNUR expressa preocupação com violência sectária no Iraque, que ameaça causar novos deslocamentos

ACNUR expressa preocupação com violência sectária no Iraque, que ameaça causar novos deslocamentosNo Iraque, ondas recentes de violência sectária ameaçam desencadear novos deslocamentos de pessoas que deixam suas casas devido a bombardeios e outros ataques.
24 Setembro 2013

GENEBRA, 24 de setembro de 2013 (ACNUR) – A Agência da ONU para Refugiados manifestou nesta terça-feira sua preocupação com a situação no Iraque, onde ondas recentes de violência sectária ameaçam desencadear novos deslocamentos internos de pessoas que deixam suas casas devido a bombardeios e outros ataques.

A porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, disse que desde o início do ano "os bombardeios e o aumento das tensões sectárias deslocaram cerca de 5 mil iraquianos. Em geral, as pessoas deixam Bagdá em direção às províncias de Anbar e Salah Al Din, e também se deslocam entre as províncias de Diyala e Ninewa."

Relatórios recebidos pelo ACNUR nas duas últimas semanas sugerem que até 160 famílias de Basra e Thi Qar foram deslocadas em Salah al Din e Anbar e 57 famílias de Bagdá chegaram à Babylon. Um número menor de famílias também deixou várias províncias em Kerbala, Najaf e Wassit. Entre os deslocados até o momento estão árabes sunitas e xiitas, curdos, shabaks xiitas e turcos.

O ACNUR e seus parceiros estão avaliam as necessidades dos recém-deslocados e defendendo o registo dessas pessoas junto ao governo do Iraque. "Em coordenação com o governo, o ACNUR e seus parceiros estão garantindo o fornecimento de alimentos, itens de primeiros socorros, educação,  alojamento e documentos de identidade e residência”, afirmou Melissa Fleming.

Esse recente deslocamento se soma as mais de 1,13 milhão de pessoas deslocadas internamente no Iraque, que deixaram suas casas para escapar da intensa violência sectária entre 2006 e 2008. A maioria reside nas províncias de Bagdá, Diyala e Ninewa.

Cerca de 467 mil deslocados internos, retornados e posseiros permanecem em mais de 382 assentamentos em terras ou edifícios públicos, suportando difíceis condições de vida e com acesso limitado à eletricidade, saneamento, educação e oportunidades de trabalho, apesar dos esforços de governos e outros órgãos. Muitos correm risco de ser desejados.

O ACNUR e seus parceiros estão trabalhando com o governo iraquiano em um plano abrangente para acabar com o deslocamento. Ele prevê o desenvolvimento de políticas de integração e de subsistência, bem como oportunidades de emprego e programas de abrigo.

Melissa Fleming também disse que o ACNUR está seriamente preocupado com a segurança de sete ex-moradores do acampamento New Iraque (antigo campo Ashraf), que continuam desaparecidos desde que o local foi atacado em 1º de setembro. Mais de 50 moradores morreram no ataque, na região centro oriental do Iraque.

"Segundo relatos feitos ao ACNUR, os desaparecidos estariam em algum lugar do Iraque e podem estar em risco de serem enviados à força de volta ao Irã, o que seria uma grave violação do direito internacional", disse Melissa Fleming. "Todos os sete são reconhecidos pelo ACNUR como solicitantes de refúgio, e o ACNUR quer ter a oportunidade de entrevistá-los", acrescentou.

À luz dos numerosos e persistentes relatos ao longo da semana passada de que esses indivíduos podem estar em risco de um regresso forçado ao Irã, a porta-voz disse que o ACNUR solicitou ao governo iraquiano que eles sejam localizados e tenham sua segurança física garantida, além de que sejam protegidos do retorno forçado.  

"O ACNUR também pede que o governo assegure proteção aos moradores Hurriya, um local de abrigo temporário, e apela à comunidade internacional para encontrar soluções fora do Iraque com urgência", afirmou a porta-voz do ACNUR.