ACNUR busca mais US$ 21,4 milhões para ajudar refugiados congoleses em Uganda
ACNUR busca mais US$ 21,4 milhões para ajudar refugiados congoleses em Uganda
GENEBRA, 20 de setembro de 2013 (ACNUR) – Na região dos Grandes Lagos africanos, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) busca urgentemente US$21,4 milhões em recursos extras para suas operações em Uganda com refugiados que deixaram o leste da República Democrática do Congo (RDC).
"Esta quantia cobre as necessidades dos refugiados até o final deste ano e foi amplamente revisada levnado em consideração a chegada dezenas de milhares de pessoas ao distrito de Bundibugyo, em Uganda, desde o mês de julho. Estes refugiados são provenientes de Kamango, na província congolesa de Kivu do Norte”, disse o porta-voz do ACNUR em Genebra, Adrian Edwards.
Incluindo este valor adicional, o ACNUR busca um total de US$43,7 milhões para a assistência aos refugiados que chegaram em Uganda desde o início de 2012, tentando escapar da violência na província de Kivu do Norte. Até agora, apenas 28% dos US$43,7 milhões estão cobertos.
O recente influxo de refugiados de Kivu do Norte em Bundibugyo começou em julho, quando o pouco conhecido grupo rebelde de Uganda Forças Democráticas Aliadas, que atua no Congo, atacou a cidade de Kamango e enfrentou as tropas do governo congolês, provocando ondas de deslocamento populacional.
Apesar de a situação estar mais ou menos estabilizada, cerca de cem pessoas continuam cruzando a fronteira diariamente em direção a esta região difícil, montanhosa, porém densamente populosa.
Mais ao sul, perto de Goma, capital da província congolesa Kivu do Sul, os embates entre grupos armados e o exército congolês continuam – monitorados pela brigada de intervenção das Nações Unidas –, assim como a luta entre as diferentes milícias e a generalizada falta de leis também impulsionam o deslocamento de pessoas para Uganda.
Para lidar com os novos deslocamentos em direção a Bundibugyo, o ACNUR ajudou a montar um centro de trânsito em Bubukwanga. Ele logo excedeu sua capacidade de funcionamento, pressionando os sistemas de saúde, água e saneamento, além de ameaçar a segurança e o bem estar dos refugiados em uma área propensa a enfermidades como cólera e o vírus Ebola.
Para as pessoas que precisam de proteção a longo prazo, desde meados de agosto o ACNUR têm realizado transferências para assentamentos existentes em Kyangwali, no distrito de Hoima. Até agora, cerca de 11 mil refugiados foram realocados em Kyangwali, outros 10 mil estão no centro de trânisto, enquanto 20 mil permanecem ao longo da fronteira entre o Congo e Uganda.
"O novo pedido por recursos cobre a assistência aos recém-chegados da República Democrática do Congo ao centro-oeste de Uganda (Bundibugyo), assim como a operação com refugiados no sudoeste do país (distritos de Kisoro e Kanugana).
"Uma prioridade é continuar realocando refugiados em Kyangwali", afirmou o porta-voz do ACNUR. "Temos conseguido levar de mil a 1.200 pessoas por semana", adicionou. Os recursos também são necessários para assegurar a assistência posterior a estes refugiados realocados em Kyangwali, onde recebem do governo de Uganda terras para a agricultura e construção de moradia.
O porta-voz do ACNUR disse ainda que o financiamento é vital para garantir serviços de saúde, água, saneamento e educação, assim como materiais para a construção de abrigos, kits domésticos e para agricultura. "Também queremos construir ou reabilitar centros de saúde e escolas no assentamento, assim como melhorar as estradas e construir poços para garantir que os refugiados recebam mais do que os atuais 14 litros de água diários por pessoa".
Os recursos solicitados pelo ACNUR fazem parte da revisão de um plano interagencial no valor total de US$92 milhões para a lidar com o fluxo contínuo de pessoas do Congo ao sudoeste de Uganda. A equipe das Nações Unidas em Uganda tem trabalhado para providenciar comida, itens não alimentícios de ajuda emergencial e serviços básicos para os refugiados.
Existem cerca de 2,6 milhões de pessoas deslocadas dentro do Congo, enquanto mais de 290 mil refugiados deixaram o país desde o início do ano passado. Em Uganda, mais de 170 mil congoleses têm recebido assistência em três distritos.