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Nascido no exílio: centro de transito para refugiados em Uganda recebe seu primeiro bebê

Comunicados à imprensa

Nascido no exílio: centro de transito para refugiados em Uganda recebe seu primeiro bebê

Nascido no exílio: centro de transito para refugiados em Uganda recebe seu primeiro bebêEscondido entre as fileiras de tendas idênticas no centro de transito Bubukwanga, vive o mais novo habitante: Andrea Bandora, com três dias de vida.
19 Julho 2013

CENTRO DE TRÂNSITO BUBUKWANGA, 18 de julho de 2013 (ACNUR) – Escondido entre as fileiras de tendas idênticas no centro de transito Bubukwanga, vive o mais novo habitante: Andrea Bandora, com três dias de vida.

Andrea nasceu nas colinas do oeste de Uganda, a 25 km da República Democrática do Congo (RDC), num local cheio de galinhas e cabras. Seu nascimento foi o primeiro registrado no centro de trânsito aberto no último domingo. Ele agora é um dos sete bebês nascidos no local como refugiados.

Não é um começo favorável para um menino cuja mãe, Mônica, viveu a maior parte da vida numa região afetada por conflito, violência e ausência de justiça. Ela fugiu de sua casa em Kamango, uma cidade na província de Kivu do Norte (RDC), depois que o local foi atacado na última quinta-feira pelo grupo rebelde ugandês denominado Forças Democráticas Aliadas.

Os agressores, usando um megafone, disseram a todos que eles deveriam deixar a cidade, logo após o líder comunitário ser assassinado. Temendo pela sua segurança e de seu filho nascituro, Mônica disse ao ACNUR que decidiu cruzar a fronteira com a Uganda.

“Conforme as meninas saiam de suas casas, elas estavam sendo agarradas e levadas para a floresta”, lembrou. Mônica estava com tantos meses de gravidez que teve de ser carregada por vizinhos até a fronteira – sendo separada de seu marido, filho e neto no caminho. Por essa razão chegou à Bubukwanga sozinha.

Quando a bolsa de Mônica estourou na terça-feira, apenas cinco dias após a fuga de sua casa na RDC, ela buscou ajuda no centro de saúde distrital, mas eles não tinham medicamento. Felizmente, ela encontrou ajuda com a equipe médica do ACNUR que operava junto com outros parceiros, incluindo os Médicos Sem Fronteiras (França).

Ela se tornou uma das primeiras pacientes dos serviços médicos disponíveis no centro de saúde em Bubukwanga, dando à luz na noite de terça-feira. “Quando eles (ACNUR) me encontraram, me deram vários remédios e eu fui muito grata por isso”, diz ela.

Stephen Mwaura, coordenador de saúde e nutrição do ACNUR para o sudoeste de Uganda, diz que ofertar os cuidados obstetrícios numa situação de emergência como essa pode ser um grande desafio, especialmente para aqueles em fuga pela sua segurança. “Pelo menos aqui no centro de trânsito, somos capazes de oferecer atendimento integral, mas, no momento, o nosso principal desafio é a falta de leitos para mães chegando e estamos procurando maneiras de obter, pelo menos, um adicional de 10", disse o médico, que encontrou Mônica na unidade de saúde do distrito.

A unidade de saúde do Centro de Trânsito proporciona assistência médica a mais de 15 mil refugiados vivendo em Bubukwanga, assim como os outros membros da comunidade local. Os serviços incluem ambulatórios, maternidade, triagem nutricional para crianças e cuidados pré-natais para as mães, como Mônica. Cerca de 250 pacientes estão sendo atendidos, mas esse número deverá aumentar à medida que mais pessoas chegam a Bubukwanga.

O ACNUR e seus parceiros estão também realizando uma campanha de vacinação em massa no para todas as crianças de até 15 anos. Elas são vacinadas contra sarampo, recebem vermífugos e suplementos vitamínicos. Muitas crianças nunca tinham recebido cuidados médicos.

Mônica já está recuperada - aliás, ela não tem tempo nem para sentar – mas a infecção que ela contraíra quando sua bolsa rompeu dificulta o seu andar, o que significa que ela deve descansar regularmente. Os médicos do centro de saúde estão a monitorando de perto e dando a medicação necessária.

Ela está hospedada numa das 229 tendas familiares do Centro de Transito, como também está sendo assistida com alimentos; ela recebeu cobertores extras para o seu bebê.

A maior esperança de Mônica é que Andrea cresça saudável e receba educação - onde isso será ela não sabe, mas ela não consegue se imaginar voltando para a RDC com o seu bebê. Na quinta-feira ela finalmente foi reunida com o seu marido, que ficou muito contente em ver sua esposa sã e salva, como o seu filho pela primeira vez. Para a equipe do ACNUR, Andrea é uma adição de alegria à vida no campo, como também um símbolo de esperança.

Por Lucy Beck no Centro de Tránsito Bubukwanga, Uganda.