ACNUR distribui ajuda humanitária a sírios nas Ilhas Mediterrâneas

DAMASCO, Síria, 4 de Julho (ACNUR) – A ajuda humanitária da Agência da ONU para Refugiados tem sido distribuída para as famílias recentemente deslocadas que hoje vivem entre os 10 mil habitantes de Arwad, única ilha mediterrânea síria habitada.

No último fim de semana, o chefe do município confirmou que a maior parte dos itens foi distribuída, em 19 de junho, para 119 famílias locais (600 pessoas) e a cerca de  60 famílias (300 pessoas) que deixaram suas casas no continente, nas cidades de Homs or Aleppo. Todos os deslocados foram hospedados por famílias que vivem na ilha, onde muitos deles possuem parentes e amigos.

Os itens -  colchões, colchonetes, lonas plásticas, kits de higiene, utensílios de cozinha, enlatados, fraldas para as crianças e idosos e absorventes higiênicos – foram entregues no porto sírio de Tartus, e depois colocados em três barcos para a viagem de 20 minutos até Arwad. Eles foram armazenados em dois estabelecimentos comerciais vazios, que se tornaram também armazéns e centros de distribuição. A operação foi liderada pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio.

Uma pequena equipe do ACNUR visitou previamente Arwad para avaliar as necessidades das pessoas na ilha, cuja principal atividade é a pesca, e para identificar quais pessoas deveriam receber ajuda. A conclusão foi que itens de higiene, como fraldas e absorventes, eram particularmente necessários.

A equipe do ACNUR também indicou que a situação econômica da pequena ilha piorou desde o início da crise síria, há dois anos, e que o setor pesqueiro tem sofrido devido à insegurança.

Em outro lugar do país, pela primeira vez o ACNUR conseguiu entregar itens médicos em Ansari, uma área densamente povoada na região leste de Aleppo, que está fora do controle do governo desde o ínicio da crise. Os remédios foram entregues na última quinta-feira, em dois caminhões, no hospital Al Zarzour pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio.

Os medicamentos serão usados nas emergências para tratar mais de 6 mil pessoas que sofrem de doenças crônicas. O hospital Al Zarzour é um dos poucos que ainda funciona em Aleppo, a segunda maior cidade síria. A infraestrutura médica em Aleppo foi seriamente afetada pelo conflito.

“Em geral, a situação humanitária em Aleppo está muito ruim, mas a situação de saúde está particularmente séria. Muitos hospitais sírios não estão funcionando”, disse Tarik Kurdi, representante do ACNUR na Síria. A entrega se tornou possível após várias conversas com o governo, com o Crescente Vermelho Árabe Sírio e todas as outras partes da região. Turki disse que apesar de a entrega de remédios ser bem-vinda, “a assistência está longe de ser suficiente. Precisamos e estamos tentando conseguir mais comboios desse tipo”.

Nesse meio tempo, o ACNUR continua distribuindo assistência financeira para as famílias mais vulneráveis. Depois de Damasco e Tartus, o ACNUR começou na última semana a distribuir a assistência financeira emergencial para as famílias deslocadas em cidades como Homs e Qamishly.

Na última semana o ACNUR entregou os cheques, a maioria de US$ 150, para 394 famílias particularmente vulneráveis (mais de 2 mil pessoas) hospedadas nos centros coletivos na devastada Homs. No total, a agência planeja ajudar 15 mil famílias vulneráveis em Homs ainda este ano, se as condições de segurança permitirem.

Desde a semana passada, em Qamishly, o ACNUR distribui ajuda financeira para 10 mil pessoas (1.895 famílias). A distribuição continuará na próxima semana e ajudará mais de 4 mil famílias deslocadas. O objetivo para esse ano é ajudar mais de 20 mil famílias em Qamishly e Hassakeh.

A assistência financeira complementa o pacote de ajuda emergencial padrão que o ACNUR tem fornecido para as famílias deslocadas. No entanto, em Hassakeh, a entrega de material de assistência tem sido tão difícil que o ACNUR planeja dar assistência financeira para todas as famílias deslocadas a fim de garantir que elas possam comprar os itens mais urgentes.

Até o momento, o ACNUR conseguiu atender a mais de 1,2 milhões de deslocados sírios nas 14 regiões administrativas do país.