Pesquisa sobre perfil dos refugiados será feita por CONARE, Ipea e ACNUR
Pesquisa sobre perfil dos refugiados será feita por CONARE, Ipea e ACNUR
BRASÍLIA, 15 de abril de 2013 (ACNUR) - Um estudo sócio-demográfico sobre o perfil dos refugiados, solicitantes de refúgio e apátridas que vivem no Brasil vai auxiliar o governo a construir políticas públicas destinadas a estas populações. A pesquisa, que deverá ficar pronta em 18 meses, será resultado do acordo assinado na última quinta-feira (11/04), em Brasília, pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).
O estudo levantará os sistemas sociais existentes para inclusão destas populações, assim como as políticas e programas que as atendem. Também estão entre os objetivos do trabalho avaliar o processo de reconhecimento da condição de refugiado e quais são as vulnerabilidades e necessidades destas pessoas a partir de uma perspectiva de gênero, raça, idade e diversidade. No Brasil vivem cerca de 4.700 refugiados de mais de 70 países.
A pesquisa possibilitará identificar os problemas e a avaliar o alcance das ações de apoio do Governo Federal para integração dessas pessoas na sociedade brasileira. Para o secretário Nacional de Justiça e presidente do Conare, Paulo Abrão, o governo dará salto qualitativo com a identificação das reais demandas dos refugiados. “Há processos que não estão visíveis e precisamos direcionar um conjunto de novas ações”, explica Abrão.
O Representante do ACNUR no Brasil, Andrés Ramirez, complementou que o levantamento poderá aprimorar o programa voltado aos refugiados “na medida em que nos permitirá ter maior clareza sobre sua situação num país tão grande e diverso”.
O IPEA, que coordenará o estudo, já possui experiência com levantamento de imigrantes, mas essa será a primeira vez que o órgão trabalhará com refugiados. Para João Brígido Bezerra, representante do IPEA, há levantamentos de gastos mostrando que há muito mais investimento feito, além do orçamento já dispendido com os refugiados pelo Governo Federal e ACNUR. “Queremos que essa parceria seja profícua para todas as partes”, afirmou.