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ACNUR teme pela segurança do crescente número de refugiados sírios retornados

Comunicados à imprensa

ACNUR teme pela segurança do crescente número de refugiados sírios retornados

ACNUR teme pela segurança do crescente número de refugiados sírios retornadosDesde o começo de abril, um crescente número de refugiados sírios têm optado por deixar a Jordânia e voltar para casa apesar do conflito na Síria continuar.
12 Abril 2013

GENEBRA, 12 de abril de 2013 (ACNUR) – A Agência da ONU para Refugiados  divulgou na última sexta-feira que, desde o começo de abril, um crescente número de refugiados sírios têm optado por deixar a Jordânia e voltar para casa apesar do conflito na Síria continuar.

“Durante este período, uma média de 300 pessoas por dia têm atravessado de volta aos vilarejos próximos à fronteira na província de Dara’a”, disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, a jornalistas em Genebra. “Uma parte considerável desta província continua sendo um campo de batalha e o ACNUR teme pela segurança dos retornados, cuja grande maioria é composta por famílias”, ela acrescentou.

As razões para retornar são diversas, incluindo a melhoria da segurança em uma série de vilarejos fronteiriços, a salvaguarda de propriedades, a reunião com membros da família na Síria, ou viagens para buscar membros vulneráveis da família.

Ainda assim, o número de refugiados recém-chegados continua sendo bem maior que  os poucos retornados, com uma média de 2 mil pessoas diariamente cruzandoa fronteira da Jordânia. Todos os dias há recém-chegados feridos. O número total de refugiados sírios que voltaram espontaneamente é inferior a 1% do número total dos que chegaram ao país vizinho.

Apesar de o número de retornados ter sido relativamente pequeno, Fleming disse que o ACNUR está “muito preocupado que os refugiados estejam retornando para áreas arruinadas pela escassez de alimentos, falta de combustível e eletricidade e com serviços limitados. A situação de segurança é instável, com relatos de projéteis de artilharia e morteiros sendo lançados em vilarejos em que os refugiados estão tentando reivindicar suas casas e viver”.

Além dos retornados, centenas de milhares de civis no sul da Síria lutam para sobreviver. Alimentos básicos como pão são muitas vezes escassos, enquanto a saúde e a educação estão frequentemente indisponíveis. “Se as condições não melhorarem será impossível para muitos permanecerem lá,” salientou Fleming.

O governo da Jordânia calcula que neste mês o número de refugiados sírios ultrapasse 500 mil. Espera-se que o fluxo incessante de refugiados seguindo para a Jordânia continue, se as condições não melhorarem dentro da Síria.

“O ACNUR não promove ou facilita esses retornos, estamos alertando os refugiados que desejam voltar sobre as condições que enfrentarão. Fazemos missões regulares à fronteira”, disse Fleming em Genebra. O ACNUR está trabalhando com as autoridades da Jordânia para garantir que todos os refugiados tenham acesso à sua documentação caso tomem a decisão de retornar à Síria.

Enquanto isso o ACNUR tem monitorado 3.900 pessoas que retornaram do Iraque ano passado, principalmente do campo Al Qaim, na província de Anbar, para Abu Kamal, na Síria. A situação em Abu Kamal é instável, com bombardeios e conflitos na província. As principais razões dadas pelos refugiados para voltar ao país são a falta de liberdade de movimento em Al Qaim, oportunidades limitadas de subsistência e relatórios encorajadores sobre a segurança.

“Estamos monitorando a situação de perto e providenciando aconselhamento individual para retornados em potencial a fim de garantir que eles tomem uma decisão esclarecida, entendendo as possíveis consequências de seu retorno”, disse Fleming.

Ela acrescentou que o ACNUR fornece regularmente suporte técnico nas repatriações voluntárias da Turquia, fazendo o acompanhamento das entrevistas conduzidas por autoridades turcas, para resguardar a natureza voluntária do retorno.

De acordo com o Primeiro Ministro do Diretório de Gestão de Desastres e Emergências, mais de 97 mil sírios retornaram desde março de 2011. O ACNUR conseguiu acompanhar 13 mil entrevistas  referentes a mais de 24 mil pessoas. Cerca de metade dos retornados afirmou que estava voltando para a Síria temporariamente para verificar suas casas ou comparecer a funerais. Alguns disseram que estavam retornando motivados por relatos sobre uma possível melhora nas condições de segurança.

Obrigado à voluntária do UNV Online, Maria Carolina Nogueira, pelo apoio na tradução deste texto do inglês.