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Falta de recursos ameaça ajuda a refugiados sírios no Líbano

Comunicados à imprensa

Falta de recursos ameaça ajuda a refugiados sírios no Líbano

Falta de recursos ameaça ajuda a refugiados sírios no LíbanoOs programas de assistência básica a refugiados sírios no Líbano têm sofrido cortes em virtude da falta de financiamento.
10 Abril 2013

BEIRUTE, Líbano, 10 de abril de 2013 (ACNUR) – A Agência da ONU para Refugiados, juntamente com outras agências das Nações Unidas e organizações parceiras afirmaram que os programas de assistência básica a refugiados sírios no Líbano têm sofrido cortes em virtude da falta de financiamento.

“Os planos estão em curso, os funcionários estão a postos, mas os recursos estão se esgotando”, disse a representante do ACNUR no Líbano, Ninette Kelley, acrescentando que o ACNUR e seus parceiros têm sido forçados a escolher que programas manter em operação. “Com o nível de recursos que temos é simplesmente impossível garantir o funcionamento de todos os programas vitais, como a distribuição de comida, água limpa, escola, saúde e abrigo aos novos refugiados”, ressaltou a representante.

Existem mais de 400 mil refugiados sírios no Líbano, país com população de aproximadamente 4 milhões de pessoas. Os refugiados continuam chegando, cerca de 3 mil são registrados todos os dias. No último apelo interagencial estimava-se em 300 mil a população refugiada até meados de junho. De lá para cá foi arrecadado apenas um terço do total necessário para responder às necessidades dos sírios.

“Com os recursos disponíveis hoje, em um mês mais de 400 mil sírios deixarão de receber assistência alimentar no Líbano”, disse a chefe de operações do Programa Mundial de Alimentos no país, Etienne Labande, durante uma coletiva de imprensa conjunta com o ACNUR e o Unicef. “Estamos extremamente preocupados que o esgotamento de recursos possa aumentar os deslocamentos e a tensão entre os refugiados num ambiente que já é tenso”, disse.

O número de refugiados sírios incapazes de arcar com o aluguel mensal está aumentando e muitas famílias correm o risco de serem despejadas. As agências conseguiram reforçar a estrutura contra umidade de 700 acomodações e reformar mais de cem abrigos coletivos.

Milhares de refugiados têm sido beneficiados pela melhoria dos abrigos nas comunidades de acolhida e outros 44 prédios foram identificados como precisando de reformas. Porém, as benfeitorias não poderão ser feitas por falta de recursos.

O risco de superlotação é iminente e já tem causado atritos com as comunidades locais. A escassez de serviços e de apoio tanto para os refugiados quanto para as comunidades de acolhida também são motivos de preocupação.

“A assistência médica representa uma parte significativa do orçamento. Já as intervenções de saúde secundárias terão de ser reduzidas em 85%”, as agências divulgaram em nota. “Atualmente, mais de 11 mil refugiados recebem pronto-atendimento de saúde mensalmente e 3 mil têm atendimentos subsequentes”.

O risco de diarreia, hepatite A e problemas de pele também poderão aumentar sem investimento nos programas de saneamento básico e água. “Com a aproximação do verão, é vital receber fundos para ampliar estes programas de prevenção nos próximos meses”.  

Na área educacional, cerca de 30 mil crianças sírias matricularam-se nas escolas públicas libanesas e receberam apoio no pagamento das taxas escolares. Muitos adolescentes precisam de ajuda adicional, incluindo aulas de reforço para conseguir acompanhar o currículo libanês.

“As crianças afetadas por esta crise – que somam mais da metade da população síria refugiada – enfrentam desafios que podem ter repercussão desastrosa em suas vidas”, disse a oficial do Unicef Annamaria Laurini. “Sem recursos adicionais o Unicef não será capaz de responder ao crescimento exponencial das necessidades destas crianças, que são as vítimas mais vulneráveis desta tragédia humana”.