Número de refugiados na República Centro-Africana chega a 40 mil
Número de refugiados na República Centro-Africana chega a 40 mil
GENEBRA, 5 de abril (ACNUR) – A Agência das Nações Unidas para Refugiados divulgou na última semana que o número de civis deixando a instabilidade na República Centro-Africana subiu para quase 40 mil. Mais pessoas continuam a atravessar fronteiras em busca de refúgio nos países vizinhos.
“Nas duas últimas semanas, os escritórios do ACNUR registraram novos refugiados no Chade, Camarões e República Democrática do Congo (RDC). Já são 37 mil refugiados desde o início do conflito, em dezembro de 2012”, afirmou o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
Os refugiados são principalmente de Bangui, capital do país, e cidades como Bangassou, Rifai e Zemio, na região sudeste da República Centro-Africana, que faz fronteira com a RDC.
Desde dezembro, mais de 30.800 refugiados estão no norte da RDC. O Chade recebeu 5.600 refugiados e 1.024 novos refugiados foram registrados em Camarões.
O porta-voz do ACNUR disse que as necessidades desses refugiados são significativas. “Muitos deixaram suas casas às pressas e não conseguiram trazer seus pertences. As pessoas não tem onde dormir ou estão contando com o apoio da comunidade local - que vive em extrema pobreza", afirmou.
O ACNUR está trabalhando com as autoridades em todos os países que recebem refugiados da República Centro-Africana para garantir que eles recebam proteção e assistência. "Nossas equipes estão registrando os refugiados em todas as regiões, distribuindo ajuda e montando abrigos de emergência. Também estamos trabalhando com nossos parceiros humanitários para fornecer serviços de saúde e educação sempre que possível. Isso acontece muitas vezes em áreas remotas e de difícil acesso", disse Edwards.
No Chade, o ACNUR ajudou a transferir refugiados da fronteira para Moro, um campo que já abriga refugiados da República Centro-Africana.
O porta-voz do ACNUR disse que a Agência até agora conseguiu ajudar mais de 26.750 pessoas no norte da República Democrática do Congo. Os refugiados da província de Equateur estão em um acampamento e 19 locais temporários. Na área de Zongo, através do rio Oubangui de Bangui, o ACNUR está planejando expandir o campo Worobe.
"Mais ao norte, em Inke, no distrito de North Oubangi, nossos colegas começaram a preparar 400 hectares de terra doada pelas autoridades para acomodar pelo menos 10 mil refugiados", disse Edwards, acrescentando que, "movendo os refugiados para campos esperamos melhorar sua situação. Atualmente, as pessoas estão espalhadas ao longo de 600 quilômetros de fronteira da República Centro-Africana, tornando difícil o acesso a quem precisa de ajuda”.
As áreas onde os refugiados estão não tem infraestrutura básica. Os centros de saúde são pequenos e a equipe não é qualificada. Em 29 de março, por exemplo, uma criança morreu de hemorragia interna no Hospital Geral Mobayi porque não foi atendida a tempo.
Mais a leste, na província de Orientale, o ACNUR administra um centro de trânsito em Bondo, e existem planos de construção outros seis e reformar um já existente.
Entretanto, a situação na República Centro-Africana continua instável. Outros 173 mil civis foram desalojados pela violência recente. Antes do golpe de 24 de março, havia 187.889 refugiados da República Centro-Africana em países vizinhos.