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Inverno traz ainda mais dificuldades para os cerca de 600 mil refugiados sírios

Comunicados à imprensa

Inverno traz ainda mais dificuldades para os cerca de 600 mil refugiados sírios

Inverno traz ainda mais dificuldades para os cerca de 600 mil refugiados síriosO rigoroso inverno que atinge a Síria e países vizinhos nas últimas semanas trouxe ainda mais dificuldades para os centenas de milhares de refugiados e deslocados internos.
17 Janeiro 2013

GENEBRA, 17 de janeiro (ACNUR) – O rigoroso inverno que atinge a Síria e países vizinhos nas últimas semanas trouxe ainda mais dificuldades para os centenas de milhares de refugiados e deslocados internos.

“Apesar de toda a preparação, muitos refugiados estão enfrentando o frio e a umidade. Ao mesmo tempo, não houve redução no número de sírios que deixam o país”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards. Até quinta-feira da última semana, mais de 612 mil pessoas foram registradas nos países vizinhos como refugiados ou são assistidos como tal.

Na primeira semana de 2013 aumentou significativamente o número de pessoas chegando a Jordânia: uma média de 1.100 sírios atravessam a fronteira todos os dias, embora esse número tenha diminuído nos últimos dias em razão das chuvas. “A maioria dos recém-chegados veio à pé, com as roupas encharcadas, cobertas de lama e neve,” disse Edwards.

Refugiados disseram ter abandonado seus pertences para carregar as crianças nas áreas alagadas no caminho para a Jordânia. O ACNUR enviou mil cobertores, 500 colchões e roupas para a fronteira. O Programa Mundial de Alimentos forneceu 3 mil refeições.

No campo de refugiados de Za’atri a enchente da última semana esteve entre os piores desastres climáticos da Jordânia em 20 anos. O ACNUR entregou carregamentos de cascalho para elevar o nível do solo e melhorar o escoamento da água. Foram abertos bueiros em quatro pontos diferentes ao redor do campo para dar vazão à água acumulada nos riachos. A situação melhorou.

O porta-voz do ACNUR disse que os serviços de saúde no campo de Za’atri operaram por meio de clínicas móveis, que percorraram a área afetada para identificar os casos que precisariam de transferência para o hospital do campo e tratando localmente os casos menos graves. 

Ele afirmou ainda que o ACNUR e seus parceiros realocaram os sírios em casas pré-fabricadas e que o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) vai instalar 45 latrinas nos novos módulos. A agência da ONU para refugiados está distribuindo cinco cobertores por pessoa para os recém-chegados em Za’atri, além de roupas de inverno. Os que tiveram seus pertences danificados pela inundação estão recebendo cobertores, colchões e outros itens não-alimetícios.

Também são muito difíceis as condições dos refugiados que vivem fora do campo. Muitos foram acomodados em abrigos, onde o aquecimento e o isolamento térmico são limitados, assim como a disponibilidade de roupas quentes e cobertores. Cerca de seis mil famílias recebem assistência financeira.

O governo da Jordânia estima que quase 280 mil refugiados sírios cruzaram a fronteira do país nos últimos 22 meses. Mais de 185 mil desses já foram registrados pelo ACNUR ou são assistidos pela agência.

No Líbano, a população de refugiados registrados e recebendo assistência aumentou para quase 200 mil. Na última semana, as temperaturas se mantiveram muito baixas, próximas do congelamento, e chegou a nevar. Enchentes ocorreram no assentamento no Vale de Bekaa, atingiram casas em Wadi Khaled, no norte, e em um armazém mais ao sul de Sidon, que está abrigando refugiados.

“Um esforço coletivo está sendo feito pelo ACNUR, Conselho Dinamarquês para Refugiados e o Centro para Migrantes da Cáritas no Líbano, em Sidon, para drenar a água do armazém. No Bekaa e Wadi Khaled estamos lidando com a enchente por meio de parcerias diversas – com Ação Contra a Fome e Primeira Urgência,” disse Edwards.

“Estamos preparando mantimentos para ajudar os municípios e ONGs. Colchões secos, capas de cama e vouchers de comida foram entregues; quatro famílias sírias e duas libanesas foram retiradas de uma área inundada em Wadi Khaled; e estamos construindo quartos extras para acolher pessoas em abrigos coletivos,” afirmou ele.

O ACNUR aumentou a distribuição de cobertores, aquecedores, vales-combustível, roupas quentes e coberturas plásticas. Cerca de 6,7 mil famílias preparam suas casas para enfrentar o mau tempo e a ajuda foi renovada para 5,3 mil outras famílias.

Na Turquia, as autoridades realizaram um trabalho significativo para reforçar a capacidade dos campos contra o frio, o que incluiu a criação de plataformas entre as tendas e o fornecimento de aquecedores, lonas, coberturas plásticas, roupas e cobertores térmicos extras. O ACNUR distribuiu tendas familiares para quase 83,5 mil pessoas, cobertores para 107.220 e utensílios de cozinha para 110.220.

O inverno também afetou o norte do Iraque. A nevasca dificultou a vida dos refugiados no campo de Domiz e daqueles que estão abrigados em casas da comunidade local. As pessoas também estão enfrentando alta nos preços de commodities básicas. “Enquanto as medidas essenciais para combater o frio já foram tomadas, o ACNUR monitora a situação de perto. Atualmente precisamos com urgência de mais roupas de frio, botas, cachecois, especialmente para as crianças”, disse o porta-voz do ACNUR.

Nos últimos meses, o ACNUR tem assistido famílias deslocadas na Síria, incluindo cobertores espessos e roupas de inverno. O trabalho nos abrigos começou no fim de 2012, onde estão em curso programas de assistência financeira emergencial. O ACNUR ajudou mais de 400 mil pessoas em áreas acessíveis do país, distribuindo itens não alimentícios, além de recursos financeiros para 15 mil famílias.

“O trabalho continua apesar das condições de segurança instáveis e contamos com o apoio de organizações parceiras para realizar o trabalho. Entretanto, as dificuldades de acesso nos impedem de alcançar todos que precisam ajuda,” disse Edwards.

ACNUR lamenta a morte de refugiados sírios na Jordânia. Nesta quinta-feira, o ACNUR lamentou a morte de refugiados sírios no incêndio ocorrido em um centro de trânsito da cidade de Ramtha, na fronteira da Jordânia. Dos sete mortos, seis eram crianças.

De acordo com a nota divulgada para a imprensa pela sede do ACNUR em Genebra, as vítimas eram da mesma família e dormiam em uma casa pré-fabricada quando ela foi engolida pelas chamas, na noite de ontem.

Quatro sobreviventes foram imediatamente retirados do Centro de Trânsito Parque Rei Abdullah e levados para o hospital mais próximo. Eles estão sendo tratados de queimaduras e inalação de fumaça.

"Uma investigação inicial aponta que o incêndio foi provocado por um aquecedor a querosene," diz a nota, frisando que o centro de trânsito abriga mais de 900 refugiados sírios, todos em casas pré-fabricadas.

"As mortes abalaram a comunicade humanitária na Jordânia. A perda de crianças foi particularmente trágica", diz a nota.

O ACNUR e seus parceiros na Jordânia frequentemente promovem campanhas de conscientização sobre incêndios em todos os centros de trânsito do país, assim como em Za’atri, principal campo de refugiados. A Jordânia abriga mais de 185 mil sírios registrados como refugiados ou esperando pelo registro. Em torno de 58 mil refugiados – ou um terço da população refugiada no país -, vivem em campos.