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ACNUR encontra condições de vida precárias em Homs

Comunicados à imprensa

ACNUR encontra condições de vida precárias em Homs

ACNUR encontra condições de vida precárias em HomsEm visita a Homs, na Síria, uma equipe do ACNUR constatou que milhares de pessoas deslocadas estão vivendo em condições precárias. A cidade está devastada por causa do conflito.
12 Dezembro 2012

GENEBRA, 30 de novembro (ACNUR) – Em visita a Homs, na Síria, uma equipe da Agência da ONU para Refugiados constatou que milhares de pessoas deslocadas estão vivendo em condições precárias. A cidade está devastada por causa do conflito.

Muitas pessoas estão vivendo em abrigos comunitários sem aquecimento, metade dos dos hospitais da cidade não está funcionando e faltam artigos de primeira necessidade, como medicamentos, cobertores, roupas de frio e calçados infantis.

Dirigida pelo representante do ACNUR na Síria, Tarik Kurdi, a equipe informou que o Crescente Vermelho Árabe Sírio (SARC, na sigla em inglês) tem registro de 250 mil deslocados na cidade e em seus arredores.

“O ACNUR reuniu-se com parceiros do SARC para trocar informações sobre as operações na área, incluindo a provisão de artigos não alimentícios”, disse a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming. Participou do time um especialista do ACNUR em albergamento, com o objetivo de avaliar a reabilitação de alguns abrigos.

Com mais de 350 equipes em toda a Síria, o ACNUR tem escrutório em Homs desde meados de novembro, mas desde junho assiste aos deslocados por meio do SARC. A equipe visitou dois abrigos, um que aloja 70 famílias (400 pessoas) e outro com mais de 400 famílias, o maior abrigo desse tipo em Homs.

“Apesar da boa organização das redes locais de solidariedade, os delocados estão em situação crítica”, disse Fleming. “Muitas crianças estão há 18 meses sem ir à escola. Alguns hospitais foram transformados em abrigos e 60% dos médicos deixaram a cidade. Há uma grave escassez de medicamentos e equipamentos hospitalares”, disse a porta-voz do ACNUR.

Com a chegada do inverno, as lonas de plástico do ACNUR têm sido usadas para cobrir as portas abertas e as janelas inexistentes nos centros coletivos, assim como para servir de divisórias para quartos. Nenhum dos prédios possui aquecimento, e faltam cobertores, roupas de frio e calçados para crianças.

Durante a missão em Homs, nove caminhões do ACNUR levaram itens, entre eles 6 mil colchas, 12 mil colchonetes, 13 mil cobertores de inverno, mil colchões e 6 mil produtos de higiena. Novas distribuições estão agendadas para suprir as necessidades básicas de 15 mil pessoas.

“Pretendemos aumentar a resposta ao inverno com mais entregas de cobertores grossos, colchas e colchões. Também estamos identificando outros humanitários para expandir a rede de distribuição”, disse Fleming.

A porta-voz acrescentou que o trabalho do ACNUR nos países vizinhos continua a todo o vapor. “No Líbano temos o apoio de um comitê interministerial para coordenar o atendimento aos refugiados sírios e as comunidades libanesas afetadas”, disse ela.

Na semana passada, o ACNUR registrou perto de 7 mil refugiados em Beirute, Norte do país, Vale do Bekaa e no Sul do Líbano, elevando para 133.349 o número total de refugiados.

“Os preparativos para o inverno são prioridade”, disse Fleming. Até novembro, o ACNUR, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e outros parceiros distribuíram vales-alimentação, cobertores, colchões, tapetes, aquecedores e, mais recentemente, vales de combustível para cerca de 50 mil refugiados.

As reformas de prédios e abrigos coletivos continuam, assim como uma ajuda financeira emergencial para os refugiados que pagam aluguel. O fornecimento de colchões, cobertores e artigos domésticos também está mantido. Os refugiados sírios no Líbano vivem em cidades, não em acampamentos.

Na Jordânia, os refugiados sírios recém-chegados relatam que estão sendo direcionados para a fronteira. “O ACNUR exorta que todos os lados garantam a passagem segura dos civis”, disse Fleming. Os refugiados têm citado a violência generalizada, as ameaças individuais e contra famílias, além da interrupção de serviços básicos como as principais razões para deixar a Síria. Os hospitais da Jordânia estão diariamente recebendo refugiados feridos.

A viagem é particularmente perigosa para mulheres e crianças – com frequência os grupos mais visivelmente traumatizados, segundo relatório do ACNUR. Mulheres em recuperação pós-parto também estão fazendo a travessia. Na última quinta-feira, uma refugiada entrou na Jordânia com um bebê de 12 dias de vida. “As mulheres contam que muitas famílias optam por sedar os filhos para que fiquem calmos durante a viagem”, disse a porta-voz do ACNUR.

Ainda na Jordânia, o ACNUR tem recebido notícias de casamentos de meninas sírias abaixo dos 18 anos, e tem trabalhado com parceiros para conscientizar as famílias sobre a legislação jordaniana – que proíbe casamentos entre menores de idade. Uma avaliação interagências está em curso para determinar a extensão do tema e planejar ações futuras.

Em toda a região, o número de refugiados sírios registrados ou à espera de registro passou dos 500 mil. As autoridades estimam haver outras dezenas de milhares de sírios na região vivendo com recursos próprios e ainda não pediram o documento.