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Malala celebra seu 18º aniversário inaugurando escola para garotas refugiadas

Comunicados à imprensa

Malala celebra seu 18º aniversário inaugurando escola para garotas refugiadas

Malala celebra seu 18º aniversário inaugurando escola para garotas refugiadasMalala Yousafzai comemorou seu aniversário de 18 anos renovando seu compromisso com os refugiados e a educação.
13 Julho 2015

Beirute, Líbano, 13 de julho de 2015 (ACNUR) – A ativista dos Direitos Humanos e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai comemorou seu aniversário de 18 anos renovando seu compromisso com os refugiados e a educação. Em viagem ao Líbano ela inaugurou uma escola para mais de 200 meninas sírias vivendo em campos de refugiados no Vale do Bekaa.

“Sinto-me honrada em celebrar meu 18º aniversário com as corajosas e inspiradoras meninas da Síria. Estou aqui em nome de 28 milhões de crianças que estão longe das salas de aula por causa do conflito. Sua coragem e dedicação para continuar os estudos em condições difíceis inspiram pessoas ao redor do mundo e é o nosso dever ficar ao seu lado”, disse a ativista na abertura da “Malala Yousafzai Escola para Todas as Meninas”.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados António Guterres, saudou a iniciativa. “Ficamos tocados com o caloroso apoio de Malala para educação de meninas refugiadas, cujas aspirações foram cruelmente reduzidas pela guerra. Estas crianças são o futuro da Síria, não podemos prejudicá-las negando seu direito básico à educação enquanto estão em exílio”, afirmou.

Malala, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, foi atacada em 2012 no seu país de origem, o Paquistão, por fazer campanha sobre o direito à educação das garotas.  A nova escola oferecerá educação e cursos profissionalizantes para meninas refugiadas entre 14 e 18 anos.

O ACNUR já recebeu o Prêmio Nobel da Paz em duas ocasiões, a última delas em 1981. “Sempre que pergunto às crianças refugiadas sírias o que elas gostariam de fazer, a esmagadora resposta é: quero ir à escola”, disse o Alto Comissário. “Não poderíamos ter melhor apoiadora que Malala para promover a educação dos refugiados. Somos muito gratos por sua solidariedade e apoio”, disse ele.

Malala disse acreditar que os líderes mundiais estão falhando com as crianças sírias. ‘Tenho uma mensagem para líderes desse país, desta região e do mundo: vocês estão falhando com o povo sírio, especialmente com as crianças. Esta é uma tragédia de partir o coração. A mais grave crise de refugiados do mundo em décadas”, disse Malala.

O Líbano abriga aproximadamente 1,2 milhão de refugiados sírios já registrados, mas o total de refugiados no país deva ser ainda maior. O fluxo exerceu enorme pressão no Líbano, que possui apenas quatro milhões de cidadãos.

Em visita à Jordânia, ainda como parte da celebração de seus 18 anos, Malala instou a comunidade internacional a agir com urgência pela ampliação do financiamento à educação das crianças sírias, evitando a perda de uma geração.

“A educação é um direito básico de toda criança. O fato de serem crianças refugiadas não deve ser desculpa para que sua educação não seja custeada”, disse Malala no campo de de refugiados de Azraq, que atualmente abriga mais de 20 mil refugiados sírios.

“Existem países ricos mundo que podem gastar dinheiro em armas, que podem gastar dinheiro com a guerra da Síria, mas quando se trata de educação a maioria é mesquinha”, afirmou a ativista.

Malala também visitou o abrigo de uma refugiada de 16 anos, Muzon, ela mesma porta-voz pela educação das crianças no campo, especialmente entre as meninas.

Muzon, que foi para Oslo em dezembro do ano passado ver Malala receber o Prêmio Nobel da Paz, foi perguntada que mensagem enviaria para a comunidade internacional em nome das crianças no campo.

“Queria que soubessem que, embora nós tenhamos sofrido bastante, as crianças aqui ainda estão batalhando por educação”, ela afirmou. “Querem aprender, querem ser pessoas melhores, e querem que seu futuro seja melhor que seu passado”, disse Muzon.

As agências das Nações Unidas e as ONGs parceiras anunciaram um pedido de US$ 4,53 milhões em 2015 para assistência humanitária e programas de desenvolvimento voltados para mais de quatro milhões de refugiados sírios e as comunidades de acolhidas nos países da região. Menos de um quarto deste total foi aportado até o fim de maio, prejudicando serviços e assistência vitais.

Dos US$ 455 milhões pedidos somente para educação este ano, apenas US$ 129 milhões foram doados. A falta de recursos tornará impossível garantir a educação de 752 mil crianças sírias refugiadas na região que ainda não estão na escola.