ACNUR intensifica a ajuda humanitária no Sudão do Sul
ACNUR intensifica a ajuda humanitária no Sudão do Sul
JUBA, Sudão do Sul, 25 de maio de 2012 (ACNUR) – A agência da ONU para Refugiados está expandindo as operações no campo de Yida, Sudão do Sul, onde o número de habitantes já ultrapassou a marca de 35 mil pessoas.
Os refugiados que deixaram suas casas nas montanhas Nuba do Sudão chegam a Yida em busca de segurança e condições humanitárias melhores.
Em média 430 refugiados chegam ao campo diariamente, um aumento de 50% em relação ao índice do mês de abril. “Nesse ritmo, a população do campo será superior a 40 mil pessoas até o final de maio”, afirmou porta-voz do ACNUR.
Yida continua a ser um lugar inseguro para refugiados devido sua proximidade com a fronteira. Enquanto são feitos esforços para encorajar os refugiados a se afastarem voluntariamente da fronteira, a ajuda será ampliada para melhorar as condições do campo porque a época das chuvas começa em breve.
“Inicialmente, a prioridade era atender os mais vulneráveis, como idosos, crianças desacompanhadas e mulheres chefes de família. Agora estamos expandindo a assistência para todos os refugiados”, disse a porta-voz Melissa Fleming.
Muitos refugiados chegam em más condições depois de viajarem pela mata densa. A maioria entra no Sudão do Sul por meio da disputada área de Jau, a única rota para alcançar Yida. Os refugiados deixam suas casas em direção ao campo com aquilo que conseguem carregar.
As pessoas estão com fome e os sinais de má mutrição aumentam entre os recém-chegados das montanhas de Nuba, no estado de Kordofão, Sudão do Sul.
Ao chegar no campo de Yida, os refugiados são registrados e imediatemente recebem água e biscoitos altamente calóricos. A triagem médica começa depois de duas semanas de recebimento da alimentação do Programa Mundial Alimentar. Agências humanitárias são responsáveis por fonercer atendimento médico urgente e terapias de nutrição.
No estado do Alto Nilo, no oeste do país, o ACNUR enfrenta desafios. “Nossos colegas viram 12 mil sudaneses originários do estado do Nilo Azul que cruzaram a fronteira nesta semana. Esse dado eleva o número total de refugiados no Alto Nilo para 80 mil”, finaliza Fleming.
As pessoas chegam exaustas após dias andando. Elas deixaram suas casas no estado Nilo Azul famintas devido a contínuos embates entre as forças armadas sudanesas e o Movimento de Libertação-Norte dos Povos (SPLM-N, em inglês). Muitos foram separados da família.
O ACNUR realocou 1.285 refugiados ao recém estabelecido campo de Yusuf Batil, a 120 km da fronteira. Yusuf Batil é o terceiro campo que a agência ajuda a construir em Alto Nilo, após Doro e Jamam. Outros refugiados estão sendo realocados em Jamam.
Os comboios de realocamento do ACNUR podem demorar 4 horas para percorrer um trecho de 20 quilômetros e os refugiados a bordo passam a noite em Jamam. As condições das estradas devem piorar durante o período de chuvas, dificultando a jornada e tornando mais difícil o acesso dos refugiados ao campo.
Devido ao rápido crescimento da população refugiada, o ACNUR também está preocupado com a pouca oferta de água disponível no Alto Nilo e com os riscos de saúde associados a escassez. Para enfrentar possíveis surtos de doenças, a agência e seus parceiros disponibilizaram suprimentos médicos e unidades de tratamento em cada campo, como também caminhões pipa e o escavamento de poços.
O Sudão do Sul hospeda mais de 115 mil refugiados originários das Montanhas de Nuba e do Nilo Azul. Outras 32.500 de Nilo Azul encontraram abrigo no oeste da Etiópia.