Close sites icon close
Search form

Pesquisar o site do país.

Country profile

Country website

ACNUR apoia projeto de ajuda aos deslocados colombianos em Medellin

Comunicados à imprensa

ACNUR apoia projeto de ajuda aos deslocados colombianos em Medellin

ACNUR apoia projeto de ajuda aos deslocados colombianos em MedellinAs autoridades afirmam que aproximadamente 90% dos 18 mil habitantes de Granizal, um subúrbio de Medellín, são deslocados internos que deixaram suas casas mais de uma vez.
10 Abril 2012

GRANIZAL, Colômbia, 10 de abril de 2012 (ACNUR) – Isabel* acredita ter finalmente encontrado um lugar para reconstruir sua vida, sete anos após ter deixado sua casa e depois de várias mudanças em busca de segurança.

A longa jornada a levou do porto de Tumaco, no Pacífico, sudoeste da Colômbia, ao carente distrito de Granizal, ao norte da cidade de Medellin. Mais de 4 milhões de deslocados internos vivem na cidade após terem deixado suas casas para escapar de violência ou perseguição.

Granizal está localizada em um subúrbio de Medellin chamado Bello. As autoridades locais afirmam que aproximadamente 90% dos 18 mil habitantes dessa área são deslocados internos que deixaram suas casas mais de uma vez.

Segundo o Governo Colombiano, estima-se que mais de 256 mil deslocados vivam em Medellin e em seus subúrbios. A cidade tem a maior taxa de deslocados intra-urbanos - pessoas que se deslocam para regiões diferentes dentro do perímetro de uma mesma cidade – da Colômbia.

Os motivos que levaram Isabel a deixar sua cidade são os mesmo apontados pela maioria dos deslocados que vivem na região: o aumento da violência e o medo de ter seus filhos recrutados por grupos armados ilegais.

“Eu me desloquei diversas vezes antes de chegar aqui e agora eu quero ficar. Gostaria de assegurar a educação dos meus filhos e encontrar um trabalho para mim”, afirmou Isabel durante a visita do Vice-Alto Comissário para Refugiados T. Alexander Aleinikoff ao bairro de Granizal.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) apoia iniciativas de ajuda aos residentes relacionadas a abrigo, acesso a terrenos, serviços básicos e de autossuficiência.

“O que precisamos é de água adequada para o consumo, uma escola para nossos filhos, eletricidade, ruas e um centro de saúde”, disse Isabel ao Vice-Alto Comissário Alexander Aleinikoff. E acrescentou: “Nós, mães solteiras, geralmente temos muitos filhos para tomar conta”.

Outro problema relatado pelo grupo de deslocados que conversou com Aleinikoff foi a falta de acesso aos serviços básicos. Muitos deslocados perderam os documentos quando deixaram seus lares e, por isso, vivem na ilegalidade dentro do próprio país. Eles pediram suporte do ACNUR para reconstruir suas vidas em segurança e com acesso a esse serviços.

O Vice-Alto Comissário para Refugiados ressaltou o comprometimento do ACNUR no auxílio dos deslocados em ambientes urbanos. O ACNUR, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Governo Colombiano, participa de projetos que buscam soluções duradouras para Granizal, como o suporte técnico e assistência legal aos deslocados sobre questões de terra e propriedade.

Um dos projetos oferece apoio técnico e financeiro para a construção de casas, além de encorajar iniciativas de autosubsistência. Ele também promove acesso aos serviços básicos e organizações de suporte a vítima. A previsão é que esse projeto se extenda a outras regiões da Colômbia, pondendo atender a vítimas de violência que vivem em outras áreas do país.

Aleinikoff chegou a Bogotá em 30 de março para sua primeira visita oficial à América do Sul. Depois de ir a Medellin, ele visitou deslocados afro-colômbianos em comunidades localizadas na costa do Pacífico. No oeste da Colômbia, em Choco, o Vice-Alto Comissário se encontrou com índios da tribo de Wounan, uma das mais de 30 tribos em risco de extinção.

Alexander terminou sua visita oficial no Equador, onde se reuniou com refugiados no norte da província de Sucumbios. Ele também se reuniu com altos funcionários  do governo e do ACNUR antes de retornar à Europa.

*Nome alterado por razões de segurança

Por Francesca Fontanini em Granizal, Colômbia