ONU e seus parceiros buscam US$ 84 milhões para ajudar refugiados sírios
ONU e seus parceiros buscam US$ 84 milhões para ajudar refugiados sírios
GENEBRA, 23 de Março de 2012 (ACNUR) – As Nações Unidas e seus parceiros humanitários fizeram hoje um apelo de US$ 84 milhões para ajudar refugiados sírios na Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque. O Plano Regional de Resposta para Síria traça as necessidades dos refugiados sírios que deixaram seu país desde março de 2011, antecipando também necessidades futuras. Segundo cálculos do ACNUR, mais de 40 mil sírios já deixaram o país.
O plano inter-agencial é liderado pela Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) e é resultado de esforços entre diversas agências da ONU, governos e 27 ONGs nacionais e internacionais.
“O plano tem como base a estimativa de que nos próximos seis meses será necessário assistir a 100 mil pessoas, grande parte composta por refugiados sírios e também nacionais de outros países”, afirmou em Genebra o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
Segundo Edwards, o plano não cobre as necessidades humanitárias dentro da Síria. “Para isso, um apelo separado será liderado pelo Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), e espera-se que isso aconteça em breve”, disse. NA Síria, o ACNUR e seus parceiros já prestam assistência a aproximadamente 110 mil refugiados registrados.
O plano anunciado hoje possui três objetivos. O primeiro é assegurar que os sírios e outros refugiados tenham acesso aos países vizinhos e à proteção internacional. O segundo é prover as necessidades básicas dos refugiados, com uma atenção especial para os mais vulneráveis. E o último, assegurar que medidas de contingência sejam adotadas caso ocorra um fluxo de pessoas em alta escala.
O plano reúne a Organização Internacional para Migração (OIM), o Fundo da ONU para Crianças (UNICEF), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) juntos com governos e ONGs nacionais e internacionais.
Um ano após o início da instabilidade, o número de refugiados sírios cresce na Jordânia, Líbano e Turquia, e há sinais de que as comunidades que os acolhem passam por dificuldades cada vez maiores. “Existe uma necessidade clara que o apoio internacional precisa ser intensificado”, complementa Edwards.
Mais de 6 mil sírios foram registrados pelo ACNUR na Jordânia desde março do ano passado, e outros 2.500 aguardam o registro. Este número deve aumentar significativamente, como os esforços e o nível de assistência para os sírios.
“Muitos refugiados chegaram com meios limitados para garantir seu sustento básico, e aqueles que podiam contar com suas poupanças ou apoio das famílias que os acolheram agora precisam dessa assistência”, notou o porta-voz. “Projetos de impacto rápido para as comunidades locais e distribuição de itens de emergência estão a caminho enquanto, planos estam sendo feitos para um programa de assistência monetária”.
No Líbano, o registro de refugiados juntamente ao governo continua a ser feito. Já na Jordânia, muitos refugiados se encontram em situações precárias, com pouco ou quase nenhum recurso financeiro. O ACNUR e seus parceiros trabalham com o governo libanês e autoridades locais para assegurar que as necessidades dos refugiados e das comunidades afetadas sejam atendidas. Mais de 16 mil refugiados, incluindo 8 mil registrados no norte do país, recebem assistência.
Na Turquia, por volta de 17 mil sírios estão registrados junto ao governo, que criou oito acampamentos e mecanismos de recepção para lidar com o fluxo de pessoas.
Edwards disse que o Plano Regional anunciado hoje identificou a necessidade de apoiar a Turquia, e, quando requisitado, o governo deve assumir compromissos de assistência, abrigo e proteção para refugiados nos campos. Para os refugiados que já vivam na Síria, como iraquianos em áreas urbanas, o plano delimita estratégias de registro e de assistência.
No Iraque, o número de sírios que chegam aumenta. Porém, a quantidade exata de pessoas está sendo avaliada. O ACNUR e seus parceiros começaram o trabalho de assistência aos refugiados, em estreita cooperação com as autoridades.