ACNUR presta assistência aos refugiados malianos
ACNUR presta assistência aos refugiados malianos
GENEBRA, 20 de março de 2012 (ACNUR) – A agência da ONU para Refugiados disse nessa quinta-feira que está aumentando a assitência prestada à milhares de malianos que foram expulsos de seu países devido aos conflitos entre rebeldes Tuareg e forças malianas, desde janeiro desse ano.
O porta voz do ACNUR, Adrian Edwards afirmou que a ajuda é necessária por conta da continua instabilidade que vem obrigando milhares de pessoas a fugir do norte de Mali para a Burkina Faso, Mauritânia, Níger e, também, para outras zonas de Mali.
“Sessenta toneladas de ajuda humanitária, incluindo cobertores, esteiras, utensílios de cozinha e lonas plásticas estão sendo transportadas do nosso armazém em Accra, Gana, para Níger, e outras 52 toneladas estão a caminho de Burkina Faso. Na semana passada, 35 toneladas de itens de ajuda humanitária foram entregues em Níger, e 10 tonelas em Burkina Faso provenientes do nosso estoque em Douala, Camarões”, disse Edwards. “As necessidades urgentes continuam a ser abrigo, água limpa, cuidados de saúde e utensílios domésticos”, acrescenta o porta voz.
Na segunda feira dessa semana na Mauritânia, o ACNUR completou a realocação de aproximadamente 40 mil refugiados que estavam na fronteira, para o campo de Mbera. O processo de realocação acontece, também, em Burkina Faso e em Níger, onde durante o final de semana a agência organizou a transferência de mais de 2 mil refugiados malianos da instável fronteira Níger-Mail para um campo de refugiados mais seguro no interior de Abala.
“Em Abala, em conjunto com nossos parceiros, instalamos 500 tendas criamos instalações e serviços, incluindo caminhões de água para as famílias recém transferidas. Os Refugiados instalados em outros lugares na fronteira, como em, Miel, Kizamu, Tigizefane e na cidade de Abala, são aconselhados por nossos funcionários sobre a possibilidade de transferência para um lugar mais seguro como o campo de Abala”, conta Edward para os jornalistas em Genebra. O campo de Abala possui a capacidade de abrigar 10 mil pessoas.
Enquanto isso em Burkina Faso, alguns dos 740 refugiados que estavam nos locais de trânsito na fronteira de Mali, nas províncias de Oudalan e Soum, foram removidos para lugares mais ao interior. O transporte foi organizado pelo ACNUR junto ao seu parceiro governamental. Espera-se que entre 60 à 100 pessoas cheguem de Mali, de acordo com as autoridades, e passem pelo ponto de trânsito na fronteira e caminham diretamente para os locais adequados de refugiados como Ferrerio, Gandafobou, Mentao ou Damba.
O acesso a água continua a ser uma preocupação na região do Sahel, ao norte de Burkina Faso. Enquanto a população local dividiu seus poços e recursos hídricos, agências de ajuda humanitária, incluindo o ACNUR, trabalham na instalação de reservatórios de água e disponibilizam caminhões de água para os refugiados. Muitos trouxeram seus bois de Mali o que pressiona os recursos hídricos.
Enquanto isso, em Mali milhares de pessoas foram deslocadas internamente, a maioria da província de Gao. E, grande parte dessas pessoas se instalaram em acampamentos nômades, fugiram de suas cidades ou vilarejos com medo do novo conflito. Centenas disseram que fugiram da cidade de Tessalit depois da invasão pelos rebeldes, duas semanas atraz, e chegaram em Gao. “Refugiados nos países vizinhos e os deslocados internos em Mali contaram para nossas equipes que estão dispostos a retornar para suas casas somente, quando a paz for reestabelecida”, finaliza Edwards.