Close sites icon close
Search form

Search for the country site.

Country profile

Country website

Tanzânia: Projeto de arte une estudantes refugiados e locais

Comunicados à imprensa

Tanzânia: Projeto de arte une estudantes refugiados e locais

Tanzânia: Projeto de arte une estudantes refugiados e locaisJovens congoleses e tanzanianos participaram de uma oficina de pintura em um campo de refugiados na Tanzânia, organizada por ACNUR e uma galeria de arte de Dar es Salaam.
1 Fevereiro 2012

CAMPO DE REFUGIADOS DE NYARUGUSU, Tanzânia, 1 Fevereiro (ACNUR) – Himidi ficou atrás da tela e, com o pincel na mão, observou seu trabalho com um olhar crítico. “Decidi pintar um arco-íris e uma ponte, pois quando os desastres eclodem e cidades e países estão dilacerados, pontes podem conectá-los”, ele notou, continuando: “Acredito que pessoas podem criar pontes por meio das relações”.

Este, essencialmente, foi o ponto principal da oficina de arte do qual Himdi participou na semana passada no Campo de Refugiados de Nyarugusu no nordeste da Tanzânia. O artista aprendiz se juntou a cerca de 140 estudantes no curso, o qual foi organizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e pela Galeria de Arte Ujamaa em Dar Es Salaam.

Entre os participantes, cerca de 100 jovens eram refugiados congoleses estudantes de escolas primárias e secundárias em Nyarugusu, enquanto o restante era originário de comunidades locais anfitriãs. Juntos, eles aprenderam sobre como usar aquarelas, tintas pastéis e acrílicas e também como fazer colagens.

Liderando a oficina estavam a professora de arte belga Soline de Laveleye e três artistas renomados da Tanzânia: Obadia Mbise, Thobias Minzi and Haji Chilonga.  Eles ficaram impressionados com o talento das crianças e com sua vontade de aprender e também com o espírito de cooperação entre os refugiados e as crianças locais.

“Isso é como ar fresco para as crianças. Elas estão animadas. Mas os estudantes tanzanianos também estão muito envolvidos”, disse Laveleye. “Eles ajudaram uns aos outros e estão ansiosos para compartilhar suas experiências. Alguns estão até fazendo novos amigos”, observou.

“Eu nunca pintei antes, só sabia esboçar, revelou o jovem de 16 anos Baraka Danford, que disse que espera se tornar um artista profissional. “Isso é como mágica. É um presente muito grande para mim”, completou o animado adolescente, que prestou muita atenção nos professores, ansioso por aprender tudo.

Jovens refugiados congoleses e locais tanzanianos aprendem juntos as técnicas artísticas.
Os jovens estudantes continuaram pintando e desenhando durante os intervalos e mesmo após o final das aulas, experimentando linhas de desenho, cor, sombra e luz. Alguns retrataram as coisas que viam ao seu redor, enquanto muitos dos refugiados usaram seus passados traumáticos como fonte de inspiração, incluindo imagens de soldados e armas na República Democrática do Congo (RDC).

“Este projeto aproximou os dois grupos (refugiados e tanzanianos) e promoveu sua interação”, disse Oluseyi Bajulaiye, representante do ACNUR na Tanzânia. “Podemos ver o quanto as crianças são imaginativas e como suas vidas se colorem por meio da arte. Eles estão acostumados a brincar com a sujeira”, acrescentou Sunil Thapa, chefe do ACNUR na cidade próxima Kasulu.

A iniciativa é a primeira do gênero a ser desenvolvida no Campo de Refugiados Nyarugusu, mas o ACNUR e a Galeria de Arte Ujamaa esperam que o projeto continue e que incorpore outras formas de arte como dramatização, música e literatura.

Uma mostra dos melhores trabalhos criados pelos jovens congoleses e tanzanianos na oficina em Nyarugusu terá início a partir do dia 15 de fevereiro na Galeria de Arte de Ujamaa.

A diretora da galeria, Lorna Mashiba, disse que os resultados das vendas das pinturas, desenhos e colagens serão revertidos em mais projetos educacionais e de arte para beneficiar os refugiados e as comunidades anfitriãs. “Estas crianças esperam ansiosamente por isso e nós gostaríamos de dar a eles a chance de desenvolver suas habilidades e impactar positivamente suas vidas”, explicou.

Por Sabine Starke in Dar es Salaam, Tanzania