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Com homenagem a Nansen, exposição cria diálogo artístico entre brasileiros e refugiados

Comunicados à imprensa

Com homenagem a Nansen, exposição cria diálogo artístico entre brasileiros e refugiados

Com homenagem a Nansen, exposição cria diálogo artístico entre brasileiros e refugiadosConflitos, perseguições e fugas. A vida nos campos de refugiados. A chegada em um novo país, o acolhimento e a experiência do refúgio.
27 Outubro 2011

BRASÍLIA, 27 de outubro de 2011 (ACNUR) – Conflitos, perseguições e fugas. A vida nos campos de refugiados. A chegada em um novo país, o acolhimento e a experiência do refúgio.

Estas são algumas das ideias que inspiraram os 18 artistas plásticos que participam da exposição “Arte e Refúgio no Brasil – Uma celebração do 150º aniversário de Fridtjof Nansen”, inaugurada em Brasília. Com entrada gratuita, a exposição fica aberta até o próximo domingo (30/10), no Átrio dos Vitrais do Edifício Sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília.

Entre os participantes estão cinco artistas refugiados (pintores e escultores) que vivem no Brasil – de Angola, Colômbia e República Democrática do Congo. Eles apresentam uma visão particular da sua vivência como refugiados, do seu processo de integração no país e da solidariedade brasileira com as pessoas que foram forçadas a deixar sua terra natal e reconstruir suas vidas em outro país.

“Quando um refugiado deixa seu país, a única coisa que ele leva são os seus sonhos”, afirma o artista colombiano Fernando Pardo, que apresenta as esculturas “Protectora de Sueños” e “La Busqueda de lo Incierto”. Estudante de artes plásticas na Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, Fernando trabalhava com comunidades carentes e com crianças e adolescentes em situação de risco. Há cerca de cinco anos, foi forçado a deixar seu país e buscar refúgio no Brasil.

“Meus quadros falam das mães que protegem seus filhos durante a guerra para que eles sejam salvos, cresçam e possam ajudar o mundo. É uma maneira de contar minha história e a história do meu povo, de expressar tudo o que vivi”, diz o angolano José Tambo, que produziu dois quadros para a exposição. Ele vivo no Brasil há cerca de 15 anos, já estabelecido como artista profissional no Rio de Janeiro.

A exposição foi concebida pelo ACNUR e pela Embaixada da Noruega no Brasil como uma homenagem ao legado do norueguês Fridtjof Nansen, um trabalhador humanitário exemplar que foi o primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1922. A exposição traz diversos painéis contando a vida de Nansen e o impacto do seu trabalho no mundo humanitário atual.

O escultor brasileiro Manuel Andrade, responsável por reunir os artistas brasileiros convidados, produziu a escultura “Abrigo”. Nas palavras do artista, a peça em ferro soldado reúne “duas formas proporcionais e interligadas, que mostram a importância de oferecer ajuda a quem precisa”. Andrade doou a escultura ao ACNUR. “A peça é como uma corrente, onde todos os elos se complementam”, completa o artista.

A mostra vem sendo visitada por um público expressivo. Inaugurada no último dia 10 de outubro, já foi vista por mais de mil pessoas. A iniciativa integra o calendário de comemorações do ACNUR em 2011, ano em que é celebrado o 60º aniversário da Convenção da ONU sobre o Estatuto dos Refugiados (1951) e o 50º aniversário da Convenção da ONU para Redução da Apatridia (1961) – além do 150º aniversário de Fridtoj Nansen.

“As obras de arte reunidas nesta exposição mostram que o respeito à diversidade e a convivência harmônica entre os povos contribuem para a resolução de conflitos e para o acolhimento daqueles que precisam reconstruir suas vidas fora dos seus países de origem”, afirma o representante do ACNUR no Brasil, Andrés Ramirez. Ele ressalta o ineditismo da mostra, que pela primeira vez no Brasil reúne artistas brasileiros e refugiados vivendo no Brasil em torno de um único tema: o refúgio.

O Brasil possui cerca de 4.500 refugiados, de 77 nacionalidades diferentes. A maioria vem do continente Africano (64,08). Em seguida estão a região das Américas (22,88%) e a Ásia (10,75%). Entre os países de origem, o maior grupo é o de Angola, (37,97%), seguido por Colômbia (14,30%) e República Democrática do Congo (10,42%).

O catálogo da exposição “Arte e Refúgio no Brasil – Uma celebração do 150º aniversário de Fridtjof Nansen”, os currículos dos artistas e outras informações sobre o homenageado estão disponíveis no website do ACNUR em português. Outras informações pelo telefone (61) 3206.9448.

Por Luiz Fernando Godinho, de Brasília