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“Encontro de sabores” reúne refugiados em SP e apresenta delícias culinárias

Comunicados à imprensa

“Encontro de sabores” reúne refugiados em SP e apresenta delícias culinárias

“Encontro de sabores” reúne refugiados em SP e apresenta delícias culináriasSabores e lembranças de seus países de origem temperadas com a experiência do refúgio no Brasil deram forma a deliciosos quitutes preparados por refugiadas e refugiados.
27 Outubro 2011

SÃO PAULO, Brasil, 27 de outubro (ACNUR) – Sabores e lembranças de seus países de origem temperadas com a experiência do refúgio no Brasil deram forma a deliciosos quitutes preparados por refugiadas e refugiados que vivem na cidade de São Paulo. Suas receitas e suas histórias serão reunidas em uma publicação a ser lançada pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo (SESC-SP).

Nos últimos três meses, refugiadas e refugiados de Angola, Colômbia, Congo, Iraque, Nepal, Peru e Sérvia apresentaram seus dotes culinários no “Encontro dos Sabores”, organizado pelo SESC, com o apoio da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo.

Durante sete oficinas gastronômicas, o público degustou pratos típicios como polenta, quibe de arroz, feijão com óleo de dendê, feijoada, frango ao curry, bacalhau frito e sopas. Além de compartilhar suas receitas, os quituteiros dividiram histórias de vida e impressões sobre a experiência de ser refugiado no Brasil.

“Logo que cheguei aqui, busquei aprender o português para ir ao mercado e comprar os temperos que usava em meu país”, afirmou Wejdane(*), do Oriente Médio, que é refugiada no Brasil desde 2006. Ela preparou um delicioso quibe de arroz. “Essa é uma comida que sempre tive em minha casa, e procuro manter esta tradição aqui no Brasil”, acrescentou.

A angolana Marcelina, que é refugiada no Brasil há 11 anos, preparou um feijão com óleo de dendê e polenta, para acompanhar. “Participar deste evento me faz lembrar da minha cultura, e isso me faz bem”, afirma Marcelina, que pensa em voltar para seu país com o marido.

O “Encontro dos Sabores” foi organizado pelo SESC-SP para celebrar os 15 anos de atividades com os projetos de proteção e assistência a refugiados e solicitantes de refúgio implementados pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e o governo do Brasil. As oficinas aconteceram na unidade SESC Carmo, que tradicionalmente atende os refugiados e solicitantes de refúgio encaminhados pela Cáritas.

Entre os serviços oferecidos pelo SESC a esta população estão aulas de português para estrangeiros, acesso gratuito a internet, aulas de coral, prática esportiva e alimentação a preços reduzidos – atividades essenciais para a integração local dos refugiados em uma nova sociedade e que também promovem a manutenção de  laços culturais.

“Os refugiados que chegam ao SESC geralmente estão em sua primeira fase de integração e encontram nesse local um ambiente seguro e acolhedor que contribuiu para sua integração à sociedade brasileira,” explica a coordenadora do Projeto de Diversidade Cultural do SESC-SP , Marina Herrero. “As oficinas gastronômicas que realizamos é uma proposta de vínculo cultural, pois pensamos na alimentação como cultura,” acrescentou.

Segundo os coordenadores do evento, a gastronomia foi uma maneira prazerosa de apresentar a questão do refúgio para o público. Para os refugiados, a culinária é uma forma de assimilação da cultura brasileira, e todos os pratos foram realizados também com ingredientes brasileiros. “As oficinas buscaram integrar ainda mais os refugiados, reforçando ao mesmo tempo suas raízes e identidades culturais”, avalia Marina Herrero, do SESC-SP.

O livro que será publicado a partir do “Encontro dos Sabores” também trará um pouco da cultura e da história dos países dos refugiados participantes. Além disso, como parte das comemorações da parceria entre SESC e Cáritas SP, será produzido um documentário sobre a parceria entre o SESC e a Cáritas, com entrevistas e depoimentos de refugiados, assistentes sociais e trabalhadores humanitários.

(*) Nome alterado por pedido da refugiada.

Por Isabela Maia, de Brasília, e Luiz Fernando Godinho, de São Paulo