Com cessar-fogo no Iêmen, ACNUR leva assistência humanitária

GENEBRA, 18 de maio de 2015 (ACNUR) - Durante uma trégua humanitária temporária nos combates, os primeiros vôos da ONU para levar suprimentos de ajuda humanitária desembarcaram na última sexta-feira no Iêmen, somando-se a uma remessa de suprimentos que chegou pelo mar no porto de Hodeida, carregada de cobertores, colchonetes e utensílios de cozinha para 60 mil pessoas.

O primeiro dos seis voos planejados pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) aterrissou no meio da tarde no aeroporto internacional da capital Sana trazendo cobertores, utensílios de cozinha e colchões que estavam nos seus estoques em Dubai.

Um segundo avião chegou ao final da tarde de sexta-feira (o terceiro dia de uma trégua de cinco dias) e mais quatro voos chegarão ao longo dos próximos dois dias, desde que as condições de segurança locais permitam.

Juntos, os seis voos levarão 150 toneladas de suprimentos de emergência para Sana. Enquanto isso, mais ajuda está a caminho por mar, via Djibouti - parte de um esforço humanitário em andamento que ajudará 250 mil pessoas.

“O ACNUR distribuirá outros suprimentos que já existem no Iêmen e executará rápidas avaliações de necessidade em áreas antes difíceis de serem alcançadas. Nossa equipe e parceiros estão se preparando para dar kits de socorro para dezenas de milhares de pessoas deslocadas”, disse em Genebra o porta-voz da agência, Adrian Edwards.

Entre estes deslocados estão as pessoas que fugiram de casa nos últimos dias por causa dos ataques aéreos em Sa’ada, cerca de 150 km ao norte de Sana. Muitas fugiram a pé e estão vivendo em edifícios públicos. As equipes do ACNUR levarão ajuda humanitária para as 21 mil pessoas mais vulneráveis em Amanat Al Asmimah, Amran e Hajjah, ao norte do Iêmen. No sul, a agência pretende enviar mais ajuda para Aden, Lahj, Abyan, e Shabwa, assistindo 17,5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Enquanto essa trégua humanitária permitir, é muito importante que a ajuda chegue ao Iêmen, que tanto necessita de paz. Os estoques existentes no país estão ficando reduzidos, o que piora o sofrimento dos civis”, destacou Edward.

Apesar de conflitos localizadas, a trégua humanitária, que começou oficialmente às 23:00 no dia 12 de maio, tem permitido a abertura de estradas, mercados e rotas de abastecimento para o ACNUR e seus parceiros.

Com parceiros locais, o ACNUR também tem chegado a comunidades locais, realizando avaliações para planejar a distribuição de ajuda e identificar as necessidades que demandam proteção urgente.

“Para a nossa própria equipe, que está trabalhando de casa por causa dos combates e enfrentando escassez de eletricidade, distribuiremos baterias solares e painéis. Sana ficou por dias sem eletricidade, enquanto partes de Aden continua nessa situação”, afirmou Edwards.

Estima-se que 450 mil iemenitas foram obrigados a deixar suas casas durante o recente conflito, juntando-se a outras 330 mil pessoas que haviam sido deslocadas anteriormente. Cerca de 250 mil refugiados, em sua maioria somalis, também foram afetados no Iêmen, além de 29 mil pessoas de diversas nacionalidades que fugiram para países vizinhos.

“Esperamos redobrar nossas atividades de proteção para refugiados e solicitantes de refúgio durante o cessar fogo. Através de ligações, nossa equipe recebeu pedidos de alguns imigrantes que agora desejam se registrar como solicitantes de refúgio por conta dos problemas que estão enfrentando”, disse o porta-voz do ACNUR.

Ele acrescentou que o ACNUR e seus parceiros humanitários pressionaram todas as partes para cumprir o cessar fogo, para respeitar o Direito Internacional Humanitário e acabar com qualquer alvo aos civis ou à infraestrutura civil, o que permitiria a entrega urgente de ajuda humanitária.