ACNUR intensifica assistência às vitimas de inundações no Paquistão

BADIN, Paquistão, 20 de Setembro (ACNUR) – Equipes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estão aumentando a distribuição de tendas e de outros itens de ajuda humanitária às famílias deslocadas pelas inundações no Paquistão. A agência de refugiados se comprometeu a fornecer às vítimas das inundações 70 mil tendas e 70 mil kits de ajuda de emergência com utensílios domésticos, bem como outros artigos de socorro.

Na província de Sindh, no sul do Paquistão, que foi particularmente atingida, o ACNUR entregou duas mil tendas e dois mil kits de ajuda contendo itens como garrafas de água, cobertores e colchões, além de quatro mil lonas de plástico, que podem ser usadas como abrigos básicos. Muitas das famílias deslocadas pelas enchentes continuam vivendo em abrigos improvisados.

Mais de cinco milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações deste ano, e o governo estima que mais de 200 mil pessoas necessite urgentemente de abrigos de emergência. Muitas daqueles que sofrem agora, depois das fortes chuvas de monção, tinham apenas começado a se recuperar das inundações devastadoras do ano passado.

“Essas pessoas foram deslocadas duas vezes”, disse Waseem Rehman, um funcionário do ACNUR que trabalha na distribuição de ajuda na área de Badin, província de Sindh. “Inicialmente, eles passaram vários dias vivendo sob céu aberto. Em seguida, refugiaram-se em uma área mais segura. Ainda estamos identificando novas áreas e indivíduos que necessitam de assistência”.

Até agora, a distribuição dos suprimentos de emergência esteve concentrada nos distritos de Badin e Thatta, com mil tendas, mil kits de ajuda e duas mil lonas plásticas para cada local.

Oito mil tendas, bem como kits de ajuda e lonas plásticas, estão sendo transportados a partir do armazém do ACNUR, em Peshawar, no noroeste do Paquistão. A viagem pode demorar vários dias. Os suprimentos vão para outros distritos afetados pelas enchentes em Sindh.

Em Badin e Thatta, o ACNUR tem trabalhado com o Programa Nacional de Apoio Rural, um grupo de ajuda do Paquistão, que está entregando os itens e estabelecendo pequenos vilarejos de tendas, com menos de 100 famílias em cada. A escassez de terras secas para montar as tendas continua sendo um desafio.

A maioria das famílias afetadas nas inundações ganhava a vida com a agricultura. As plantações de algodão e arroz estavam quase prontas para serem colhidas quando foram destruídas. A menos que as águas recuem rapidamente, os agricultores não serão capazes de plantar trigo. As mulheres nas áreas inundadas trabalhavam como coletoras de algodão e agora não dispõem mais desse salário.

Antes de receber uma tenda do ACNUR, Obhayo Babar estava morando com seu filho em um abrigo improvisado em um terreno elevado, no distrito de Badin. “Já enfrentei dois desastres. No ano passado, chegou de repente no meio da noite. O telhado de nossa casa ruiu, matando minha mulher”, disse ele. “Hoje estamos novamente desabrigados devido às fortes chuvas. Sofremos muito, mas estamos agradecidos por esta assistência, já que ninguém tinha chegado aqui antes”.

Recentemente o ACNUR conduziu uma rápida avaliação sobre a proteção em Sindh. Discussões em grupo foram realizadas com cerca de seis mil homens, mulheres e crianças, assim como com líderes comunitários e autoridades locais.

O relatório revelou as dificuldades que grupos vulneráveis, como famílias chefiadas por mulheres, pessoas com deficiência e minorias, estão enfrentando no acesso a assistência. As crianças foram separadas de suas famílias e muitas pessoas perderam seus documentos de identificação, o que poderia dificultar o seu acesso a certos tipos de assistência.