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Chefe do ACNUR pede mais ajuda humanitária para Somália

Comunicados à imprensa

Chefe do ACNUR pede mais ajuda humanitária para Somália

Chefe do ACNUR pede mais ajuda humanitária para SomáliaAntónio Guterres visitou a Somália nesta terça-feira e fez um apelo por maiores esforços para salvar as vidas de dezenas de milhares de deslocados internos na Somália.
30 Agosto 2011

DOLLOW, Somália, 30 de agosto (ACNUR) – O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, visitou a Somália nesta terça-feira e fez um apelo por maiores esforços para salvar as vidas de dezenas de milhares de deslocados internos na Somália.

Ao ressaltar que o Alto Comissário da ONU para Refugiados (ACNUR) assiste cerca de 850 mil refugiados somalis em países vizinhos e que pelo menos outros 1.500 fogem da Somália diariamente, Guterres disse: “Não devemos ter como objetivo esvaziar a Somália, mas sim nos esforçarmos para levar a ajuda ao interior [do país].”

O Alto Comissário fez o apelo durante uma visita a Dollow, uma cidade na fronteira sul da Somália com a Etiópia. Milhares de pessoas que fogem da seca, fome e violência em outras partes da Somália se concentraram nesta região – com muitas pessoas tendo atravessado para a Etiópia.

Guterres, acompanhado pelo ministro da Suécia para o Desenvolvimento Internacional e Cooperação, Gunilla Carlsson, veio a Dollow mostrar solidariedade para com a população deslocada em um momento de sofrimento extremo e para lembrar o feriado Eid al Fitr, que marca o fim do mês islâmico de jejum, o Ramadã.

A visita representou o início de mais um grande esforço do ACNUR e seus parceiros para reforçar a ajuda humanitária na Somália, onde um grande número de pessoas precisa de ajuda emergencial. O ACNUR teve apenas acesso intermitente a algumas áreas devido às situações de extrema insegurança.

Muitos dos deslocados que falaram com Guterres em Dollow tinham relatos angustiantes de perda e fome durante seus percursos pelo deserto. O chefe do ACNUR disse que seria melhor se a comunidade internacional trouxesse ajuda a eles, ao invés de permitir que um grande número de pessoas arrisque suas vidas em busca de comida, água, abrigo e outras necessidades vitais.

“Estou sempre lutando pelo direito dos somalis de buscar refúgio,” disse Guterres. “Mas os somalis deveriam ter o direito de escolher ficar no próprio país.” Ele fez um apelo a todas as partes pra que cessem a violência, respeitem o direito humanitário e permitam o acesso irrestrito a todas as pessoas necessitadas.

Carlsson acrescentou que é fundamental que a comunidade internacional “não apenas ofereça ajuda emergencial, mas tratem as raízes dos problemas.”

Os deslocados em Dollow estão acampados em abrigos improvisados com varas e pedaços de panos. Muitos dizem que permanecerão lá até que venham as chuvas e que os conflitos entre as tropas do governos e a milícia Al Shabaab diminuam.

Uma mulher, Hado Sugow, disse à delegação que perdeu quatro de seus filhos durante a caminhada de 15 dias de sua casa a Dollow. “Eu voltarei quando tiver chuva,” insistiu. A Somália está sofrendo sua pior seca em mais de meio século.

Dollow também funciona como um importante ponto de trânsito para somalis que se dirigem aos quatro campos de refugiados do ACNUR no distrito de Dolo Ado, a duas horas de caminhada da fronteira. Mas um número cada vez maior de somalis, especialmente agricultores, reluta em deixar a Somália, esperando poder retornar a suas terras se houver chuvas em outubro, como é previsto.

A Agência da ONU para Refugiados continua tendo acesso indireto a populações em áreas controladas pela Al Shabaab por meio de ONGs parceiras, que empregam centenas de funcionários somalis para distribuição de ajuda internacional.

O ACNUR está ampliando significativamente a distribuição de pacotes de ajuda emergencial em uma tentativa de assistir pelo menos 400 mil pessoas até meados de setembro. A agência também está reforçando a presença de sua equipe em Dollow e Dobley, também perto da fronteira, assim como na capital somali, Mogadíscio.

“Esta crise deve ser um ponto de virada e estamos determinados a fazer a diferença para os somalis onde quer que estejam, para que não sejam obrigados a buscar ajuda em outro país,” disse Bruno Geddo, representante do ACNUR na Somália. “O acesso humanitário à Somália está se abrindo gradualmente, e estamos nos movendo passo a passo para levar ajuda àqueles que precisam.”