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ACNUR leva ajuda a milhares de deslocados na fronteira do Paquistão

Comunicados à imprensa

ACNUR leva ajuda a milhares de deslocados na fronteira do Paquistão

ACNUR leva ajuda a milhares de deslocados na fronteira do PaquistãoEnquanto o exército paquistanês expande suas operações anti-insurgentes no noroeste do país, dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas na região de Kurram.
13 Julho 2011

ISLAMABAD, Paquistão, 12 de julho (ACNUR) – Enquanto o exército paquistanês expande suas operações anti-insurgentes no noroeste do país, dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas na região de Kurram. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) intensificou os esforços de ajuda humanitária após uma missão de avaliação da ONU na semana passada.

A ofensiva militar começou no final de junho no centro do distrito tribal de Kurram, uma das ete regiões que compôem o cinturão tribal paquistanês, na fronteira leste do Afeganistão. As autoridades locais dizem que o conflito poderia levar 12 mil famílias – cerca de 84 mil pessoas –  a deixar suas casas em oito aldeias através de uma área de 80 quilômetros quadrados, no centro e ao redor de Kurram.

Nas últimas duas semanas, 700 famílias buscaram refúgio em um novo campo em Durrani, na cidade de Sadda, no baixo Kurram. Conhecida como Novo Durrani, o campo foi criado pela Autoridade de Gestão de Desastres locais,  a 30 km da zona de conflito. Alguns de seus residentes disseram à missão da ONU que queriam ficar perto de casa.

Autoridades locais registraram outras 8 mil famílias deslocadas que estão em áreas urbanas. Outras 200 famílias estão abrigadas em uma escola na cidade de Sadda. Provavelmente, alguns daqueles que permanecem com famílias de acolhida se mudarão para o acampamento em breve.

“Embora as autoridades locais tenham se articulado rapidamente para fornecer tendas, alimentos e água potável ao acampamento, há uma necessidade urgente de melhorar a infra-estrutura por meio da disposição adequada de barracas, da construção de latrinas, banheiros e cozinhas, além da realização de processos de registros eletrônicos confiáveis”,  disse o representante do ACNUR no Paquistão, Mengesha Kebede. “É por isso que estamos enviando, com urgência, profissionais especializados para ajudar as autoridades locais a gerir esta situação”.

O ACNUR está enviando planejadores e gestores de campos para Novo Durrani. A agência também vai financiar e prestar apoio técnico a um processo de registro computadorizado das pessoas deslocadas que ficam dentro e fora do campo.

A agência já havia fornecido 700 tendas, 200 kits com suprimentos de emergência, e um armazém portátil. Sua equipe continuará distribuindo tendas e outros itens de ajuda humanitária para os moradores do campo. O ACNUR também irá trabalhar com as autoridades locais e organizações não-governamentais para armar barracas, fornecer refeições quentes, construir cozinhas, e distribuir lenha.

Esta não é a primeira vez que pessoas foram forçadas a fugir do distrito de Kurram, que há vários anos enfrenta conflitos causados por tensões sectárias e pelo influxo de militantes das áreas vizinhas. Em 2010, cerca de 130 mil pessoas fugiram do baixo Kurram e refugiaram-se nos distritos de Peshawar, Kohat e Hangu na província vizinha de Khyber Pakhtunkwa. A maioria ainda é incapaz de retornar devido à tensão latente em suas áreas de origem.

Nos últimos três anos, sucessivas ondas de conflito entre forças do governo e militantes no noroeste do Paquistão deslocaram mais de 4 milhões de pessoas. A grande maioria já voltou para casa, mas cerca de 400 mil pessoas das áreas tribais do Waziristão do Sul, Orakzai, Kurram, Khyber, Mohmand e Bajaur continuam deslocadas. Cerca de 57 mil vivem em quatro campos de refugiados, mas a maioria vive em comunidades de acolhida em Dera Ismail Khan, Kohat, Peshawar, Tank e nas áreas de Hangu, na província de Khyber Pakhtunkwa.

Por Ariane Rummery e Duniya Khan em Islamabad, Paquistão