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Milhares de paquistaneses retornam ao lar três anos após fugirem do país

Comunicados à imprensa

Milhares de paquistaneses retornam ao lar três anos após fugirem do país

Milhares de paquistaneses retornam ao lar três anos após fugirem do paísMais de 38 mil pessoas deslocadas internas começaram a voltar para casa no último final de semana no Paquistão.
7 Junho 2011

PESHAWAR, Paquistão, 7 de junho de 2011 (ACNUR) – Mais de 38 mil pessoas deslocadas internas começaram a voltar para casa no último final de semana no Paquistão. A ação é resultado de uma operação de retorno feita no noroeste do país.

Como este movimento de retorno começou em abril, a maioria dos deslocados paquistaneses já retornou a suas casas no departamento de Bajaur, enquanto um número menor voltou para o departamento de Mohmand. Ambos ficam na parte norte do território federal das Áreas Tribais, que faz fronteira com o Afeganistão.

As pessoas deslocadas começaram a deixar as áreas tribais em 2008, como consequencia da onda de repressões do governo contra insurgentes. No auge na crise de deslocamento, em 2009, aproximadamente 147 mil pessoas foram registradas no campo de Jalozai. Contudo, a maior parte dos deslocados internos – por volta de 90% – vivia fora dos campos, com amigos, parentes ou em acomodações alugadas.

O governo do Paquistão, que organiza a operação de retorno voluntário, declarou que todo o território de Bajaur é seguro para retorno, com a exceção de Loi Sam. O governo trabalha atualmente para encontrar um local alternativo dentro do departamento de Bajaur para as 3 mil pessoas que viviam em Loi Sam e tiveram seus lares destruídos.

Nas últimas semanas, cerca de 2 mil pessoas deixaram Jalozai diariamente. Antes de deixarem o campo, as famílias que querem retornar devem registrar a intenção de partir. Então, eles recebem uma data de quando serão transportados de volta para seus lares. A equipe do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) monitora todo o processo para garantir que os retornos sejam voluntários.

“Estamos trabalhando para que os retonos sejam feitos de maneira digna e voluntária”, disse Ahmed Warsame, chefe do sub-escritório do ACNUR em Peshawar. “Por meio do nosso alcance na comunidade, procuramos responder às questões individuais para que essa decisão seja tomada de maneira consciente”.

O ACNUR ajuda o governo com o financiamento do transporte daqueles que desejam retornar à sua comunidade de origem. A agência também estabeleceu armazéns nos departamentos de Bajaur e Mohmand. No retorno, as famílias ganham um pacote com materiais domésticos essenciais. Aqueles que tiveram as casas danificadas no conflito também ganham tendas, que são usadas como abrigo temporário. Parceiro do ACNUR, o Programa Alimentar Mundial está inscrevendo as pessoas que voltam para casa em programas de emprego, a fim de ajudá-las com questões financeiras. 

Baktiar Khan e sua família estão entre os que decidiram voltar para casa. Nos últimos três anos, ele, a esposa e os seis filhos viveram em um tenda no complexo de Jalozai. Ele está confiante de que a situação de segurança na cidade vai permitir que ele volte a trabalhar como fazendeiro.

“A vida não era muito difícil no campo”, disse. “Nós recebíamos assistência. Não precisávamos nos preocupar com comida e as crianças iam à escola. Mas os verões eram muito quentes na tenda. Em casa temos um fluxo de ar”, explicou Baktiar.

“Após três dias em Jalozai, percebi que muitas pessoas estão acostumadas a um padrão de vida – acesso a escolas, comida e subsistência. Eles vão retornar para áreas onde esse nível de infraestrutura é bem menor. Para mudar isso, só com o desenvolvimento das áreas tribais”, afirma o chefe do sub-escritório do ACNUR em Peshawar, Ahmed Warsame.

Durante décadas, Jalozai foi lar de dezenas de milhares de refugiados afegãos. O campo foi fechado no início de 2088 e reaberto no fim deste ano para acomodar famílias paquistanesas que fugiam dos conflitos nas áreas tribais. Hoje, é o maior campo de deslocados internos do país. Aproximadamente 5 mil fanílias – ou 26 mil pessoas – ainda vivem no local, a maior parte delas originárias de lugares que ainda são considerados perigosos para retorno.

Tim Irwin em Peshawar, Paquistão