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Conflito na Líbia já expulsou 500 mil pessoas e afeta etnia Baber no oeste do país

Comunicados à imprensa

Conflito na Líbia já expulsou 500 mil pessoas e afeta etnia Baber no oeste do país

Conflito na Líbia já expulsou 500 mil pessoas e afeta etnia Baber no oeste do paísO conflito na Líbia, que começou em meados de fevereiro deste ano, já expulsou cerca de 500 mil pessoas do país...
12 Abril 2011

Genebra, 12 de abril de 2011 (ACNUR) – O conflito na Líbia, que começou em meados de fevereiro deste ano, já expulsou cerca de 500 mil pessoas do país. Segundo a agência da ONU para refugiados, os novos deslocamentos envolvem 500 líbios da etnia Berber, que deixaram suas casas nas montanhas localizadas no oeste do país e buscaram refúgio na região de Dehiba, no sudeste da Tunísia.

“Eles nos disseram que a pressão cada vez maior das forças governamentais nas cidades do oeste, a falta de medicamentos e a escassez de comida forçaram a saída deles da região”, disse hoje em Genebra o porta-voz do ACNUR, Andrej Mahecic.

O porta-voz lembrou que Dehiba está localizada a cerca de 200 quilômetros ao sul de Ras Adjir, a fronteira por onde dezenas de milhares de pessoas entraram na Tunísia fugindo da Líbia desde o início dos conflitos no país, em meados de fevereiro deste ano.

Segundo Mahecic, as pessoas que chegam têm recursos limitados e “necessidades humanitárias significativas”. Todos estão sendo acomodados pelas autoridades locais em uma quadra esportiva esportivo na cidade de Remada, 45 quilômetros além da fronteira, onde o ACNUR estabaleceu um campo com 130 tendas.

“Eletricidade e água foram conectadas e outros serviços estão sendo estabelecidos. O ACNUR trabalha com uma organização local – Al Taáwon – e o Vermelho Crescente da Tunísia”, explicou o porta-voz.

A comunidade de Remada tem oferecido uma assistência considerável, disponibilizando suas casas para milhares de famílias líbias. Hotéis econômicos em Dehiba e na cidade e na vizinha Tataouine também estão sendo usados para abrigar famílias. Uma escola perto do campo em Remada se ofereceu para receber os estudantes líbios.

Mahecic disse também que pessoas cruzando a fronteira Líbia/Egito têm dado às equipe dos ACNUR mais detalhes sobre os deslocamentos no leste do país, entre as cidades de Ajdabiya e Tobruk. “Milhares de famílias deslocadas nas cidades de Benghazi e Tobruk estão sendo abrigadas por residentes, enquanto outras estão refugiadas em escolas e prédios vazios. As pessoas têm medo de serem pegas pelo conflito em Ajdabya, caso as forças do governo vençam a disputa”, disse Mahecic.

O porta-voz lembrou que pessoas continuam fugindo da Líbia pelo mar em direção à Itália e a Malta. Na manhã de hoje, as forças armadas maltesas ajudaram um barco dom 116 pessoas, incluindo uma mulher já morta. Desde o dia 26 de março, mais de 1.100 pessoas chegaram a Malta em cinco barcos vindos da Líbia. Na Itália, três barcos com 1.008 pessoas chegaram à Ilha de Lampedusa durante o último final de semana. A maioria dos passageiros é formada por somalis e nigerianos. Desde 26 de março, 3.358 pessoas chegaram ao território italiano vindos da Líbia.

Entre as cerca de 500 mil pessoas que já deixaram a Líbia, aproximadamente 200 mil foram para o Egito, 236 mil foram para a Tunísia, mais de 36 mil cruzaram a fronteira com Níger, 14 mil chegaram à Algéria, 6.200 foram para o Chade e outros 2.800 chegaram ao Sudão.

No último domingo, cerca de 3.900 pessoas cruzaram o posto fronteiriço de Sallum, no Egito – entre elas 3 mil líbios. “Isto representa o dobro da média de líbios que têm cruzado aquela fronteira diariamente nas últimas semanas”, afirmou o porta-voz do ACNUR.