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ACNUR pede a forças rivais que apóiem ajuda humanitária na Costa do Marfim

Comunicados à imprensa

ACNUR pede a forças rivais que apóiem ajuda humanitária na Costa do Marfim

ACNUR pede a forças rivais que apóiem ajuda humanitária na Costa do MarfimO ACNUR pediu às forças rivais em conflito na Costa do Marfim que apóiem os esforços para proteger os civis deslocados pelas batalhas no país africano.
8 Março 2011

GENEBRA, 08 de março de 2011 (ACNUR) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) pediu às forças rivais em conflito na Costa do Marfim que apóiem os esforços para proteger os civis deslocados pelas batalhas no país africano.

Os dados mais recentes mostram entre 200 e 300 mil pessoas já foram deslocadas na capital Abidjan pelos confrontos entre os apoiadores dos candidatos presidenciais rivais Laurent Gbagbo e Alassane Ouattara. Ambos reivindicam vitória nas eleições de novembro.

Outras 70 mil pessoas continuam descoladas no oeste da Costa do Marfim, enquanto que um número similar já buscou refúgio na vizinha Libéria. O acesso humanitário a essas populações tem sido dificultado pela insegurança e baixa infra-estrutura, mas o ACNUR e seus parceiros conseguiram distribuir itens básicos de assistência para pessoas deslocadas dentro e fora de Abidjan.

“As necessidades humanitárias e de proteção estão crescendo rápido,” disse em Genebra o porta-voz do ACNUR Adrian Edwards. “Milhares de pessoas em Abidjan estão presas em centros comunitários em condições são inadequadas e sem que suas necessidades de proteção sejam propriamente avaliadas.”

Edwards afirmou ainda que cerca de 60 famílias no subúrbio de Abobo, ao norte de Abidjan, continuam presas em uma igreja e, aparentemente, foram impedidas de sair por combatentes. Há também relatos de que muitas famílias estariam presas em suas casas em Abobo e no distrito de Anyama, com medo de sair, mas precisando de alimentos e remédios.

No oeste da Costa do Marfim, o acesso humanitário foi severamente impedido devido à insegurança e, por causa disso, milhares de pessoas deslocadas estão sem ajuda.

O ACNUR e seus parceiros - o Programa Mundial Alimentar (PMA), o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) - têm tentado avaliar as necessidades e localização dos deslocados internos.

“Os riscos para civis, incluindo população de interesse sob o mandato do ACNUR, estão crescendo” disse Edwards. “Relatórios indicam que mercenários da Libéria estão sendo trazidos para se juntar ao combate, aumentando a desconfiança da população. Isso, por sua vez, está gerando riscos para os refugiados liberianos que vivem na Costa do Marfim”, afirmou o porta-voz.

No leste da Libéria, o ACNUR registrou até o momento 75 mil refugiados, dos quais cerca de metade chegou a partir de 24 de fevereiro depois dos combates recentes no oeste da Costa do Marfim. Fontes do governo e parceiros do ACNUR dizem que outras sete mil pessoas atravessaram a fronteira,mas ainda não foram registrados.

 “Esse fluxo repentino está gerando tensão nas comunidades locais e prejudicando a capacidade das organizações de assistência,” disse Edwards. Na cidade de Buutuo, no condado de Nimba no leste da Libéria, a situação sanitária e da água se tornou critica, com casos registrados de diarréia, malária e escassez de comida.

“O ACNUR e seus parceiros estão reconstruindo pontes e estradas para melhorar o acesso. Também estamos fornecendo apoio direto, onde podemos, para refugiados e as comunidades ao seu redor”, completou Adrian Edwards.