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ACNUR pede US$ 32 milhões para operações de emergência da Líbia

Comunicados à imprensa

ACNUR pede US$ 32 milhões para operações de emergência da Líbia

ACNUR pede US$ 32 milhões para operações de emergência da LíbiaA agência da ONU para refugiados fez um apelo de US$ 32 milhões aos doadores para custear a operação de emergência causada pela crise na Líbia.
7 Março 2011

GENEBRA, 07 de março de 2011 (ACNUR) – A agência da ONU para refugiados fez um apelo de US$ 32 milhões aos doadores para custear a operação de emergência causada pela crise na Líbia. Os recursos serão usados para necessidades de proteção, apoiar à retirada humanitária continua de milhares de pessoas presas na Tunísia e Egito e para utensílios de primeiros socorros.

 “Precisamos urgentemente destes recursos”, observou Panos Moumtzis, chefe da Unidade de Relações com Doadores do ACNUR. O montante pedido pelo ACNUR está contido no apelo de emergência das Nações Unidas para esta crise humanitária, e que totaliza US$ 160 milhões.

Em Genebra, antes de embarcar para a Tunísia, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, avaliou que a operação de retirada e repatriação de milhares de estrangeiros na fronteira do país com a Líbia tem sido bem sucedida, mas advertiu que um grande número de pessoas continua nas fronteiras e que o problema de deslocamento pode voltar.

Ele observou que 15 mil bengaleses permanecem parados na fronteira entre a Tunísia e o Egito depois de fugir da violência que irrompeu na Líbia entre forças contra e a favor do governo, em meados de fevereiro. Sob um programa de retirada coordenado pelo ACNUR e pela Organização Internacional para Migração (OIM), dezenas de milhares de pessoas, majoritariamente trabalhadores egípcios, já foram repatriadas.

“Tememos que a situação possa piorar no futuro próximo e possamos  presenciar novamente enormes fluxos de pessoas para os dois países,” advertiu Guterres advertiu em uma conferência de impressa conjunta com a Coordenadora da  Ajuda de Emergência da ONU, Valerie Amos, e o Diretor Geral da OIM, William Lacy Swing. “O descongestionamento [das fronteiras] foi feito, mas precisamos nos manter vigilantes,” disse Swing.

Guterres também ressaltou a “generosidade extraordinária” das pessoas e dos governos da Tunísia e do Egito ao permitir que cerca de 200 mil pessoas procurassem abrigo em seus territórios apos fugirem da Líbia, nas últimas três semanas.

“No momento em que tantas fronteiras são fechadas e que tantas pessoas são forçadas a retornar, esses dois países deram um exemplo extraordinário”, disse Guterres. Ele enfatizou que “todas as pessoas que ajudamos não queriam migrar para o mundo desenvolvido e, sim, retornar para casa”.

O fluxo de pessoas indo da Líbia para a Tunísia continuou nesta segunda feira, mas em um ritmo muito menor que na semana anterior. Eram em sua maioria migrantes laborais, incluindo um grande numero de pessoas de Bangladesh assim como líbios. Até o momento mais de 110 mil pessoas fugiram da Líbia para a Tunísia.

Ganeses, nigerianos e outros da África subsaariana estavam particularmente ansiosos para chegar em casa. O ACNUR espera que vôos possam ser organizados para eles e outros nos próximos dias sob o programa de evacuação emergencial coordenado com a OIM.

O Alto comissário reiterou a “enorme preocupação” do ACNUR sobre a condição da comunidade subsaariana na Líbia. “Acreditamos que a maioria deles está simplesmente com medo de se mover”, disse Guterres. “Faço um apelo especial para a solidariedade com esta população, que está em uma situação muito aflitiva”, completou.

AbdulKhedir, um somali de 21 anos entrevistado na fronteira da Tunísia, disse que fugiu de Trípoli depois que sua esposa e filho foram mortos pelo fogo cruzado. Ele disse que testemunhas contaram sobre cinco africanos subsaarianos que foram mortos na capital líbia. “Eles estavam atacando todos nós – pensaram que estávamos trabalhando para [o líder líbio Muammar] Gaddafi,”

Na fronteira com o Egito, mais de 100 mil pessoas já chegaram vindas da Líbia - incluindo 70 mil trabalhadores egípcios e mais de seis mil líbios. Vários nacionais de outros países, liderados pelos de Bangladesh e do Sudão, são imigrantes laborais aguardado para serem levados para casa por suas embaixadas ou pela OIM.

No leste da Líbia, um comboio de sete caminhões organizados pela Cruz Vermelha egípcia entregou, no domingo, 25 toneladas de suprimentos alimentares e médicos do ACNUR para a cidade costeira de Tobruk depois de atravessar a fronteira em Sallum. Os suprimentos foram requisitados pelo Vermelho Crescente da Líbia. No mesmo dia, um segundo comboio com 28 toneladas de itens não-alimentares do ACNUR, incluindo cobertores, colchões e itens de higiene para Sallum, foram distribuídos para milhares de pessoas na fronteira.