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Angelina Jolie destaca o sofrimento das pessoas deslocadas na Bósnia

Comunicados à imprensa

Angelina Jolie destaca o sofrimento das pessoas deslocadas na Bósnia

Angelina Jolie destaca o sofrimento das pessoas deslocadas na BósniaA Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR pediu medidas para acabar com o sofrimento das vítimas deslocadas durante a Guerra da Bósnia.
12 Abril 2010

SARAJEVO, Bósnia e Herzegovina, 6 de abril (ACNUR) – A Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR pediu medidas para acabar com o sofrimento das vítimas deslocadas durante a Guerra da Bósnia, após ouvir suas histórias dolorosas e ver suas terríveis condições de vida durante uma breve visita esta semana.

Angelina Jolie, viajando com seu marido Brad Pitt, fez uma pausa em suas filmagens na segunda-feira para visitar a Bósnia e Herzegovina e destacar a situação de 113 mil bósnios e 7 mil refugiados da Croácia. Estas pessoas foram obrigadas a deixar suas casas durante a violenta dissolução da antiga Iugoslávia na década de 1990 e muitas delas estão vivendo em centros coletivos, muitas vezes em condições deploráveis.

A aclamada atriz estava claramente comovida pelo espírito - e pelo sofrimento - das pessoas que ela conheceu e as quais prometeu divulgar seu caso. A maioria das pessoas com quem ela conversou têm vivido longe de suas casas por mais de uma década. Muitas das crianças nasceram no exílio e nunca viram a terra de origem de suas famílias.

Jolie iniciou sua primeira viagem à Bósnia e Herzegovina com a visita a um centro coletivo dilapidado na cidade de Gorazde, que fica às margens do rio Drina, e que foi protegida pela ONU durante a guerra de 1992 a 1995. Angelina e Brad Pitt visitaram outro centro coletivo que abriga pessoas deslocadas em Rogatica, onde os moradores contaram sobre suas dificuldades diárias, incluindo a falta de serviços básicos como água potável.

"Depois de ver estas pessoas e ouvir duas histórias, eu não posso ressaltar o suficiente a necessidade de foco no bem-estar dos indivíduos mais vulneráveis da população", disse Jolie, acrescentando que "acabando com a situação de deslocamento e assegurando qualidade de vida, podemos ajudar a promover o progresso e a sustentabilidade de longo prazo".

Entre estes "indivíduos mais vulneráveis" há um grupo de mulheres internamente deslocadas que sofreram experiências muito ruins durante a guerra. Enquanto Brad Pitt saiu para conversar com os homens, Angelina passou algum tempo com as mulheres, para uma conversa particular.

Após o encontro, Angelina Jolie, emocionada, disse que elas contaram sobre o tormento que sofreram durante a guerra, incluindo estupro e tortura. "Eu tenho o meu corpo, mas ele já não tem mais uma alma", uma mulher contou.

Jolie também conheceu uma família que retornou à sua cidade natal perto da cidade de Visegrad e que estava tentando reconstruir sua vida com a ajuda da Agência para os Refugiados da ONU e das autoridades locais. A área passou por algumas das piores atrocidades da guerra.

Sua casa foi reconstruída, mas ainda carece de água potável, eletricidade e outras infra-estruturas essenciais. Assim, os pais e seus quatro filhos tiveram que morar com parentes em uma cidade a três quilômetros de distância.

A mãe, Maja *,  ficou surpresa ao reconhecer seus visitantes famosos e os convidou à sua casa humilde. Após se recompor, ela contou à Jolie e Pitt sobre os desafios que a família enfrenta.

Ao mesmo tempo em que se entristeceu pelas coisas que ouviu, a Embaixadora da Boa Vontade disse estar "muito inspirada por estas famílias. Apesar da dura realidade e de sua instabilidade, eles possuem uma determinação incrível para trazer um futuro melhor para seus filhos".

Angelina prometeu ajudar a difundir a conscientização sobre essa situação esquecida e prolongada. Jolie disse que espera "retornar a este belo país em breve e me reunir com os representantes políticos para discutir as soluções que são tão necessárias".

Olhando para o futuro, ela observou que "a Bósnia e Herzegovina agora tem a oportunidade de impulsionar-se, acabando com o deslocamento e beneficiando-se com o processo de adesão à União Européia. A liderança local tem como responsabilidade primordial tomar decisões que garantam que isso vá acontecer".

O conflito na Bósnia e Herzegovina obrigou mais de 2,2 milhões de pessoas a fugir de suas casas, fazendo deste o maior deslocamento de pessoas na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial. Para muitos o sofrimento continua até hoje.

Até o momento, em toda a Bósnia, mais de um milhão de pessoas retornaram para suas casas. O ACNUR desempenhou um papel importante para o retorno, a reconstrução e o processo de reintegração destas pessoas. Entre aqueles que permanecem deslocados, muitos são idosos ou estão doentes, e mal conseguem cuidar de si próprios. Eles possuem necessidades especiais, incluindo cuidados institucionais, como habitação, hospitais e instituições de saúde mental e geriátrica.

* O nome foi alterado por razões de proteção

Scott Pohl e Naveed Hussain em Sarajevo, Bósnia e Herzegovina