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"O nível de sofrimento da população no Iêmen é inimaginável", diz Angelina Jolie

Comunicados à imprensa

"O nível de sofrimento da população no Iêmen é inimaginável", diz Angelina Jolie

16 Março 2022
A enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie, encontra uma família deslocada em um assentamento temporário em Lahj, sul do Iêmen. © ACNUR/Marwan Tahtah

IÊMEN – A Enviada Especial da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Angelina Jolie, esteve no Iêmen no início de março e chamou a atenção do mundo todo para as consequências devastadoras do conflito - que já dura sete anos - sobre a população civil.

O prolongado conflito no Iêmen já deixou milhares de vítimas. Em janeiro de 2022, a cada hora um civil era morto ou ferido. Além disso, levou o país a múltiplas crises que afetam todos os aspectos da vida das pessoas.

A miséria generalizada, a fome e o colapso econômico estão levando os iemenitas à beira do abismo. Hoje, dois em cada três iemenitas precisam de assistência humanitária para sobreviver – o que equivale a 20 milhões de pessoas. Entre os iemenitas deslocados, 92% não têm nenhuma fonte de renda e precisam sobreviver com menos de US$ 40 por mês.

Jolie, que é a Enviada Especial do ACNUR desde 2011, chegou ao Iêmen em 6 de março para uma visita de três dias. Ela conheceu tanto iemenitas deslocados internamente quanto refugiados ao norte e sul do país.

Ela pediu a todas as partes do conflito que se respeitem, se comprometam com o Direito Internacional Humanitário e evitem atingir civis. Ela ressaltou a necessidade de livre acesso humanitário a todas as pessoas necessitadas, passagem segura para que os civis possam fugir das áreas de conflito e um acordo político negociado.

Jolie também fez um apelo para que a comunidade internacional aumente seu apoio à resposta humanitária, que é extremamente subfinanciada, e redobre os esforços para buscar o fim da violência. Mais de 4 milhões de pessoas foram deslocadas nos últimos sete anos.

Em um local na província de Lahj, no sul do Iêmen, onde as pessoas que fugiram de casa nos últimos anos estão vivendo em abrigos frágeis, famílias deslocadas contaram à Jolie como perderam suas casas, entes queridos e meios de subsistência, descrevendo como o conflito havia destruído suas esperanças para seus filhos e famílias.

Mudeera, mãe de cinco filhos que foi deslocada de Taiz nos últimos quatro anos, disse que nenhum dos seus filhos frequentou a escola, tem uma certidão de nascimento ou foi vacinado. Todos os dias ela luta para alimentá-los com qualquer coisa que não seja chá e pão.

No norte do Iêmen, em um local para pessoas que foram deslocadas internamente, Jolie conheceu Maryam, de 65 anos, que está desalojada desde 2016 e que perdeu o marido no conflito. Ela contou a Jolie como três de suas netas morreram porque a família não tinha condições de pagar os cuidados de saúde de que precisavam.

Durante sua visita e no Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março, Jolie testemunhou o impacto catastrófico que esse conflito teve sobre os civis iemenitas, especialmente mulheres e meninas, que representam mais da metade da população deslocada. Já enfrentando níveis de desigualdade e discriminação de gênero que estão entre os piores do mundo, sua situação foi agravada pelo conflito interminável.

Jolie disse: “O nível de sofrimento humano aqui é inimaginável. A cada dia que o conflito brutal do Iêmen continua, mais e mais vidas inocentes são perdidas e mais pessoas continuarão a sofrer. Vivemos em um mundo onde o sofrimento e o horror dominam as manchetes. Espero que demonstrações de compaixão e solidariedade internacional sejam estendidas ao povo do Iêmen, que precisa urgentemente de uma solução rápida e pacífica para este conflito – e para outras pessoas deslocadas, onde quer que estejam no mundo.”

“Com mais de 80 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo e pedidos de ajuda subfinanciados globalmente, precisamos urgentemente encontrar soluções que permitam que os conflitos sejam resolvidos e que as pessoas deslocadas possam voltar para casa com dignidade e segurança.”

O ACNUR e seus parceiros permanecem no Iêmen, fornecendo assistência para salvar vidas, oferecendo abrigo, assistência em dinheiro e apoio psicológico, bem como programas que ajudam especificamente a proteger as crianças e a prevenir a violência contra as mulheres. Enquanto o ACNUR espera manter e expandir seu apoio em 2022 em meio a uma escalada nos combates, o apelo da ONU para o Iêmen continua subfinanciado.

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