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Refugiada volta à sala de aula depois de receber bolsa de estudo do ACNUR

Comunicados à imprensa

Refugiada volta à sala de aula depois de receber bolsa de estudo do ACNUR

28 Setembro 2020
© ACNUR/Gift Friday Noah

Quando Berepayo fugiu da violência na República Democrática do Congo, há mais de 10 anos, ela foi forçada a pausar seus estudos, mas nunca perdeu as esperanças. Uma das primeiras bolsistas DAFI do ACNUR no Sudão do Sul, Berepayo está prestes a se formar no St. Mary’s College, em Juba, com uma licenciatura em educação primária.


“Eu estava preocupada com meu futuro, mas tinha esperança de que um dia, eu iria sentar na sala de aula para continuar meus estudos. Finalmente, Deus respondeu às minhas orações.”

Berepayo, uma refugiada congolesa, enfrentou muitos obstáculos em sua busca pelo conhecimento, mas está determinada a superar todos os desafios. Ela estava estudando na República Democrática do Congo até 2009, quando o risco de violência e sequestros tornou-se muito alto. Ela fugiu, mas se perdeu de seus pais na densa floresta. Depois de três dias, Berepayo cruzou a fronteira rumo ao Sudão do Sul. Ela estava segura, mas estava sozinha.

Estabelecendo-se no campo de refugiados de Makpandu, ela ficou encantada ao descobrir que havia uma escola na qual ela poderia retomar seus estudos. Nem todos os alunos têm tanta sorte. Em todo o mundo, mais de 1,8 milhão de crianças refugiadas - 48% de todos os refugiados em idade escolar - estão fora da escola. Felizmente, Berepayo conseguiu retornar para a sala de aula e concluiu o exame do ensino médio em 2014. Mas este não foi o fim de sua vida escolar, mas sim o início de um novo capítulo.

“Eu tinha esperança de que um dia eu iria sentar na sala de aula para continuar meus estudos. Finalmente, Deus respondeu minhas orações”

Três anos atrás, o sonho de Berepayo de ingressar no ensino superior se tornou realidade quando ela recebeu do ACNUR uma bolsa de estudos DAFI para cursar um programa de licenciatura de educação primária no St. Mary’s College, em Juba. As bolsas DAFI são financiadas principalmente pela Alemanha.

Reconhecendo as barreiras que os estudantes refugiados enfrentam ao buscar o ensino superior, o programa DAFI oferece uma estrutura de apoio que vai além da área acadêmica. As bolsas cobrem uma variedade de custos, desde taxas de matrícula e materiais de estudo até transporte e acomodação. Dependendo das necessidades individuais, os serviços de apoio podem incluir apoio psicossocial, treinamento de vocacional e mentorias.

Frequentemente, também há necessidade de aulas de idiomas, algo que Berepayo se lembra muito bem. “Meu primeiro dia no St. Mary's foi muito difícil”, lembra. A maioria dos alunos falava árabe e ela achava difícil acompanhar, pois cresceu falando francês e concluiu o ensino médio em inglês. Ainda assim, ela estava determinada. “Fiz o meu melhor para me esforçar muito e aprender árabe. Agora posso me expressar e interagir com meus colegas!”

Berepayo estava prestes a terminar seus estudos este ano, mesmo depois de ter dado a luz a um bebê há oito meses. Mas para ela e muitos outros alunos, tudo parou em março, quando a pandemia do coronavírus eclodiu.

Ela não tem mais acesso à biblioteca, mas graças ao apoio da bolsa, esse é um obstáculo que pode ser superado com mais facilidade. “Hoje em dia, fico em casa com meu bebê e faço pesquisas on-line usando o acesso à Internet fornecido pelo programa DAFI.”

O programa DAFI é projetado para garantir que cada aluno se gradue não apenas com as certificações e habilidades necessárias para seguir uma carreira, mas também a motivação e a experiência para atuar como líderes positivos para a mudança, em sua comunidade e no mundo em geral.

Apoiar sua comunidade tem sido a estrela-guia de Berepayo e a razão pela qual ela escolheu estudar educação. “Quero ser educadora na minha comunidade”, explica ela. “Quero ajudar meu povo e as gerações futuras quando voltar para casa.”

Berepayo tem uma mensagem simples que ela quer compartilhar com outras mulheres e meninas refugiadas no Sudão do Sul, mas é relevante para todos: compromisso. “Sempre tente trabalhar duro, nunca se sabe: um dia Deus abrirá um caminho para você realizar seu sonho.”


A educação é um direito humano e tem o poder de abrir portas e revelar sonhos. Mesmo assim, 48% das crianças refugiadas estão fora da escola.

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