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Artesanato feito por refugiados é destaque na maior feira comercial do mundo

Comunicados à imprensa

Artesanato feito por refugiados é destaque na maior feira comercial do mundo

21 Fevereiro 2018
Refugiado malinês, treinado pelo Projeto Design for Peace Artisan, trabalha em sua criação. © ACNUR/6M Productions
FRANKFURT, Alemanha (ACNUR) – Móveis customizados, joias marcantes, sacos bordados. Esses são apenas alguns dos produtos vendidos no fim de semana passado na feira comercial mais importante da Alemanha. Mas estes não são produtos artesanais comuns. Para os artesãos refugiados que os criaram, eles podem ser a chave para construir uma nova vida em segurança.

Com o apoio do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, artesãos deslocados de onze nações ao redor do mundo apresentaram seus produtos na feira anual Ambiente, que aconteceu de 9 a 13 de fevereiro em Frankfurt, Alemanha.

Violência e perseguição forçaram os artesãos a fugir de suas casas em países como Burundi, Mali, Afeganistão, Somália, Síria e Mianmar. Ao alcançar a segurança em vários países anfitriões pelo mundo, todos eles estavam empenhados em continuar a praticar suas habilidades como artesãos para ganhar a vida. Foi aí que entrou a MADE51, uma nova iniciativa do ACNUR e parceiros.

“Com este trabalho, sinto que nasci de novo”.

Considerando a necessidade de oportunidades de trabalho entre a população de refugiados em todo o mundo, a MADE51 busca conectar trabalhadores deslocados talentosos à pontos de venda que possam comercializar os bens por eles produzidos.

Em um momento de deslocamento sem precedentes, com 22,5 milhões de refugiados em 130 países, a MADE51 reconhece o potencial dos artesãos refugiados.

Trabalhando em estreita colaboração com empresas sociais nos países anfitriões, o projeto apoia os artesãos refugiados na produção de bens de consumo.

Artesãos refugiados do Mali fazem tigelas decorativas em Burkina Faso. As peças são produzidas com materiais naturais e tingidas com corante para couro. © ACNUR/6M Productions

 

Por meio de seus parceiros, a MADE51 ajuda a garantir um mercado internacional para os bens, conectando os artesãos deslocados com fornecedores, como a feira que aconteceu no fim de semana passado em Frankfurt.

Os visitantes da feira puderam ver a coleção e fazer pedidos por meio das empresas sociais locais que apoiam os grupos de refugiados.

“Dentro de cada peça há um pedaço de história e cultura”.

Todos os artesãos da MADE51 recebem salários justos - sejam eles residentes em Burkina Faso, Jordânia, Tailândia ou Afeganistão. Mas para muitos, criar e vender seus próprios produtos artesanais significa muito mais do que a independência financeira.

“Com este trabalho, sinto que nasci de novo”, afirma um deslocado sírio que trabalha na Waste Studio, empresa no Líbano que transforma banners de publicidade, pneus e cintos de segurança em bolsas, acessórios e móveis.

O projeto também assegura a existência de um mercado de produtos fabricados com técnicas tradicionais que, de outra forma, poderiam ser perdidas. Há tecelagem de cestas, couro curtido, tapetes de nós e bronze e cobre martelados à mão.

Segundo o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, “os refugiados têm habilidades e talentos que só precisam de uma oportunidade para crescer e florescer. Dentro de cada peça há um pedaço de história e cultura, e a chance de uma pessoa que foi forçada a fugir da guerra e da perseguição de oferecer ao mundo algo belo e com estilo”.

“É somente por meio da venda desses bens que esses artesãos refugiados poderão empregar suas habilidades e ganhar renda. Ao incluir produtos feitos por refugiados em seus planos de venda, os varejistas e as marcas têm um papel vital a desempenhar. Eles podem fazer parte da solução”.