Artesanato feito por refugiados é destaque na maior feira comercial do mundo
Artesanato feito por refugiados é destaque na maior feira comercial do mundo
Com o apoio do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, artesãos deslocados de onze nações ao redor do mundo apresentaram seus produtos na feira anual Ambiente, que aconteceu de 9 a 13 de fevereiro em Frankfurt, Alemanha.
Violência e perseguição forçaram os artesãos a fugir de suas casas em países como Burundi, Mali, Afeganistão, Somália, Síria e Mianmar. Ao alcançar a segurança em vários países anfitriões pelo mundo, todos eles estavam empenhados em continuar a praticar suas habilidades como artesãos para ganhar a vida. Foi aí que entrou a MADE51, uma nova iniciativa do ACNUR e parceiros.
“Com este trabalho, sinto que nasci de novo”.
Considerando a necessidade de oportunidades de trabalho entre a população de refugiados em todo o mundo, a MADE51 busca conectar trabalhadores deslocados talentosos à pontos de venda que possam comercializar os bens por eles produzidos.
Em um momento de deslocamento sem precedentes, com 22,5 milhões de refugiados em 130 países, a MADE51 reconhece o potencial dos artesãos refugiados.
Trabalhando em estreita colaboração com empresas sociais nos países anfitriões, o projeto apoia os artesãos refugiados na produção de bens de consumo.
Por meio de seus parceiros, a MADE51 ajuda a garantir um mercado internacional para os bens, conectando os artesãos deslocados com fornecedores, como a feira que aconteceu no fim de semana passado em Frankfurt.
Os visitantes da feira puderam ver a coleção e fazer pedidos por meio das empresas sociais locais que apoiam os grupos de refugiados.
“Dentro de cada peça há um pedaço de história e cultura”.
Todos os artesãos da MADE51 recebem salários justos - sejam eles residentes em Burkina Faso, Jordânia, Tailândia ou Afeganistão. Mas para muitos, criar e vender seus próprios produtos artesanais significa muito mais do que a independência financeira.
“Com este trabalho, sinto que nasci de novo”, afirma um deslocado sírio que trabalha na Waste Studio, empresa no Líbano que transforma banners de publicidade, pneus e cintos de segurança em bolsas, acessórios e móveis.
O projeto também assegura a existência de um mercado de produtos fabricados com técnicas tradicionais que, de outra forma, poderiam ser perdidas. Há tecelagem de cestas, couro curtido, tapetes de nós e bronze e cobre martelados à mão.
Segundo o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, “os refugiados têm habilidades e talentos que só precisam de uma oportunidade para crescer e florescer. Dentro de cada peça há um pedaço de história e cultura, e a chance de uma pessoa que foi forçada a fugir da guerra e da perseguição de oferecer ao mundo algo belo e com estilo”.
“É somente por meio da venda desses bens que esses artesãos refugiados poderão empregar suas habilidades e ganhar renda. Ao incluir produtos feitos por refugiados em seus planos de venda, os varejistas e as marcas têm um papel vital a desempenhar. Eles podem fazer parte da solução”.