Documentário "Resistência" do ACNUR é lançado no Globoplay no Dia Mundial do Refugiado
Documentário "Resistência" do ACNUR é lançado no Globoplay no Dia Mundial do Refugiado
O filme conta a história de cinco refugiados de diferentes nacionalidades que colocaram samba no pé e participaram da maior festa da cultura brasileira. O grupo desfilou na Sapucaí com a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Carnaval de 2022, cantando o samba-enredo "Resistência", sobre a cultura das comunidades afrodescendentes no Brasil.
Uma das personagens do documentário, a cabeleireira venezuelana Ingrid Bucan, disse que o desfile confirmou os sentimentos calorosos que ela sente pelo Brasil. Ela chegou ao país em 2020 com o marido e os filhos, além de quatro netos, e recebeu assistência para se reerguer, incluindo aulas de português e sessões com terapeuta.
Embora admita que aprender a samba foi particularmente difícil, Ingrid disse que não poderia pensar em uma maneira melhor de comemorar sua chegada ao Rio, do que desfilar no Sambódromo na companhia de milhares de brasileiros, além de seus companheiros refugiados. “Tenho orgulho de ter representado todos as pessoas refugiadas do mundo no Carnaval…. Dançar ao lado de outros refugiados me deixou muito grata”, completou a refugiada venezuelana.
Dirigido por Beca Furtado e produzido pelo ACNUR e pela Rec Design, o filme tem cerca de 25 minutos de duração e ganhou o prêmio de melhor documentário no São Paulo Film Festival.
Para o representante do ACNUR no Brasil, Davide Torzilli, o filme simboliza a integração local de pessoas refugiadas no país. "O mundo inteiro conhece o Carnaval do Rio de Janeiro, e essas pessoas refugiadas puderam ser parte disso e contar um pouco de suas trajetórias antes e chegar e ao estar no Brasil. Ao convidar pessoas de Angola, Marrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela para participar tão ativamente de uma celebração como o Carnaval do Rio, e vê-los sendo recebidos pela comunidade, o ACNUR mostra que, com oportunidades, as pessoas refugiadas passam a vivenciar a cultura brasileira e a transformar com seus conhecimentos e experiências de vida".
O carnaval de 2022 foi o primeiro celebrado após a pandemia de Covid-19. O ano passado teve início com a trágica morte do congolês Moise Kabagambe, de 24 anos, brutalmente espancado na capital fluminense. A Acadêmicos do Salgueiro foi uma das escolas de samba que se pronunciou sobre o tema e, pela afinidade com o samba-enredo daquele ano, o ACNUR propôs a inclusão de pessoas refugiadas como parte dos passistas da escola, o que foi imediatamente aceito pela agremiação.
"Com a participação das pessoas refugiadas em nosso desfile, nós pedimos respeito, valorização e reconhecimento de todas as minorias. O Brasil é um país que acolhe, mas que precisa dar oportunidade de crescimento a todos aqueles que chegam por aqui", disse o presidente do Salgueiro, André Vaz.
O filme está disponível aos assinantes da plataforma a partir do dia 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, na seção de documentários. A obra tem 25 minutos de duração e foi produzido pelo ACNUR e pela Rec Design, com direção de Betânia Furtado e produção de Camila Pastura e Renata Figueiredo.
Sobre o ACNUR
Presente em 135 países, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização humanitária dedicada a proteger os direitos e garantir um futuro digno a pessoas que foram forçadas a deixar seus lares devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos. O ACNUR atua em conjunto com autoridades nacionais e locais, organizações da sociedade civil e o setor privado para que as pessoas refugiadas, deslocadas internas e apátridas encontrem apoio para reconstruir suas vidas. Mais informações em www.acnur.org.br.